A Americanas (AMER3) divulgou sua lista de credores e a relação com os bancos tem piorado a cada dia.
As instituições financeiras reagiram rapidamente a uma nota pública por parte dos três acionistas de referência. Isso porque eles disseram que foram pegos de surpresa em relação às inconsistências contábeis.
Mas, principalmente porque acusaram os bancos de alguma gana sobre as contas e valores pertencentes à varejista, blindadas por meio de medida cautelar que, aos poucos, alguns bancos conseguiram “quebrar” via justiça.
A varejista, que tinha R$ 800 mil em caixa, chegou a ficar somente com R$ 250 mil em caixa por conta das ações impetradas por bancos. Entretanto, menos de 24h depois, outra instância da justiça reverteu a situação e até mandou algumas instituições a restituírem dinheiro à companhia.

Americanas (AMER3): lista de credores
Em se tratando da lista de credores da Americanas, a varejista tem 7.972 credores entre pessoas físicas, jurídicas e municípios. Já a dívida trabalhista alcança o montante de R$ 64,8 milhões. A dívida total, informada anteriormente, ultrapassa os R$ 40 bilhões.
O jornal O Globo dividiu os credores por segmento, ficando assim:
- Bancos:
BTG: R$ 3,5 bilhões
Deutsche Bank: R$ 5,2 bilhões
Bradesco: R$ 4,8 bilhões
Santander: R$ 3,6 bilhões
Banco Votorantim: R$ 3,2 bilhões
Safra: R$ 2,5 bilhões
Itaú: R$ 2,9 bilhões
Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão
Caixa: 501 milhões
BNDES: R$ 276 milhões
- Empresas de Tecnologia:
Google: R$ 294 milhões
Apple: R$ 98 milhões
Facebook: R$ 14,8 milhões
- Fabricantes de chocolates:
Nestlé: R$ 259 milhões
Ferrero Rocher: R$ 14,8 milhões
Mondelez: R$ 93 milhões
Neugebauer: R$ 15 milhões
Hershey: R$ 16,7 milhões
- Fabricantes de televisores:
Samsung: R$ 1,2 bilhão
Semp: R$ 70 milhões
LG: R$ 52,8 milhões
- Fabricantes de computadores:
Lenovo: R$ 31 milhões
Dell: R$ 37 milhões
- Editoras de livros:
Companhia das Letras: R$ 7,2 milhões
Intrínseca: R$ 5,9 milhões
O periódico também traz um fato curioso. Acontece que o Santander (SANB11) questiona na Justiça até o endereço da Americanas.
O caso
No dia 11 de janeiro de 2023 o ex-CEO Sergio Rial informou ter encontrado inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões na varejista. Por conta disso, deixou o cargo após tê-lo assumido dez dias antes.
Por conta do fato, as ações AMER3 começaram a derreter na bolsa de valores de São Paulo, a B3 (B3SA3) e, assim, a companhia acabou perdendo R$ 8 bilhões em valor de mercado.
Na sequência, pressionada pelos principais credores, entrou com pedido de recuperação judicial, declarando dívidas totais superiores a R$ 40 bilhões.
No momento, a varejista se vê em meio a uma queda de braços e guerra de argumentos com boa parte dos credores e investidores. No exterior, já há um movimento por parte de acionistas independentes que vão se juntar para processar a companhia em bloco.
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