A Americanas (AMER3) anunciou ontem um calote em pontos comerciais e debenturistas da varejista em recuperação judicial querem negociar.
Acontece que a companhia notificou os administradores de endereços onde mantém lojas físicas, como shoppings, que os aluguéis devidos até a data do deferimento do pedido de recuperação judicial, em 19 de janeiro, não serão pagos, por conta do efeito de suspensão de cobranças conferido pela RJ.
A empresa tem R$ 11,6 milhões em débito com shoppings espalhados por todo o Brasil, conforme lista de credores do processo de recuperação da varejista, entregue à Justiça do Rio de Janeiro.
Levantamento do Estadão dá conta de 90 credores de shopping centers, e os valores da lista não estão discriminados pelo tipo de despesas, mas, provavelmente, se referem a aluguéis e condomínios.
Já o referido comunicado aos gestores destaca que os créditos anteriores ao pedido de recuperação estão com sua exigibilidade suspensa. Já os pagamentos cuja competência compreende o período de 20 a 31 de janeiro de 2023 serão realizados ao longo deste mês.

Americanas (AMER3): debenturistas
Em relação aos debenturistas, estes querem um lugar na mesa de negociações e, por isso, estão se organizando em grupo para, assim, terem vez e voz n recuperação judicial da companhia.
Eles detém cerca de R$ 6 bilhões em crédito privado da Americanas, e pretendem atrair outros debenturistas para agregar ao movimento, bem como detentores de dívida externa, os bondholders, além daqueles que adquiriram os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pela controlada Hortifruti Natural da Terra. Levantamento do Valor Econômico informa que se os donos de bonds entrarem no grupo, o volume de crédito em mãos iria para R$ 12 bilhões – cerca de 29% do total de créditos de classe III, de dívidas com terceiros.
Financiamento DIP
A Americanas (AMER3) obteve o financiamento DIP de US$ 2 bilhões, conforme fato relevante encaminhado ao mercado.
Trata-se de um “debtor-in-possession” (devedor em posse, em tradução livre) e diz respeito a um empréstimo extraconcursal, ou seja, feito em um ambiente de recuperação judicial.
De acordo com a varejista, o movimento se dará por meio da emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, para colocação privada, sendo, observado o disposto abaixo, uma primeira tranche de R$ 1 bilhão e o restante, em janelas de prazos subsequentes, até o vencimento das debêntures.
Também disse que o financiamento DIP foi autorizado, ontem, pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro e foi estruturado de forma a manter o curso normal dos negócios da Companhia e reforçar sua liquidez.
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