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Ambipar (AMBP3): o que acontece com as ações? Entenda a crise

Ambipar (AMBP3): o que acontece com as ações? Entenda a crise

O que acontece com as ações da Ambipar (AMBP3)? A companhia informou nesta quinta-feira (25) que ajuizou uma ação de tutela cautelar em caráter antecedente. Segundo comunicado, os pedidos liminares foram integralmente concedidos pela Justiça.

A medida foi adotada após uma operação recente com derivativos relacionados a Green Bonds emitidos pelo Grupo Ambipar ter gerado impactos financeiros negativos, em função da variação na cotação e negociação dos títulos.

Segundo a Ambipar, a tutela cautelar tem como objetivo assegurar a continuidade de suas atividades, proteger os ativos da companhia e permitir a negociação de uma alternativa viável para equacionar compromissos financeiros. A empresa reforçou ainda que mantém diálogo com credores e busca uma solução que preserve os interesses de investidores.

Nesta sexta-feira (26), os papéis começam em forte queda, de 11,33%. Com isso, as ações AMBP3 são negociadas a R$ 6,65. Na terça-feira, as ações caíram em torno de 14%; e na quinta-feira (25), o recuo foi de aproximadamente 10%.

Ações da Ambipar recuam R$ 4 bi em um só dia

Com essas quedas recentes, o valor de mercado da Ambipar encolheu cerca de R$ 4 bilhões em apenas um dia, caindo de R$ 16,5 bilhões para R$ 12,5 bilhões. Em determinado momento, a perda superou 60%, com a companhia sendo avaliada em menos de R$ 8 bilhões.

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Essa crise ocorreu poucos dias após mudanças na diretoria. Três dias antes da liminar, o diretor financeiro João Danial Piran de Arruda deixou o cargo. O posto passou a ser acumulado pelo diretor de Relações com Investidores, Ricardo Rosanova Garcia, conforme comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O episódio marca um dos momentos mais delicados da trajetória recente da Ambipar, que vinha sendo vista pelo mercado como uma referência no setor de soluções ambientais, mas agora enfrenta desconfiança crescente sobre sua capacidade de lidar com dívidas de grande porte.

Em nota, o Grupo Ambipar ressaltou que mantém suas operações em pleno funcionamento, oferecendo serviços em todos os seus segmentos com “segurança, eficiência e confiabilidade”. A companhia também destacou a manutenção de milhares de empregos diretos e indiretos, reforçando o impacto social e econômico de suas atividades.

Fitch rebaixa Ambipar a nível próximo de default

A Fitch rebaixou os ratings da Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. para patamares próximos ao default. Os IDRs (Issuer Default Ratings) em moedas local e estrangeira foram reduzidos de “BB-” para “C”, enquanto os Ratings Nacionais de Longo Prazo caíram de “AA-(bra)” para “C(bra)”.

O corte atinge também subsidiárias da companhia, como a Emergência Participações S.A. e a Environmental ESG Participações S.A., além das notas seniores sem garantia emitidas pela Ambipar Lux S.a.r.l., que passaram a “C”, com Rating de Recuperação “RR4”.

Segundo a Fitch, o rebaixamento está diretamente ligado à aprovação, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, da tutela cautelar solicitada pela Ambipar. A medida suspende cláusulas que poderiam antecipar o vencimento das dívidas do grupo e a exigibilidade de suas obrigações contratuais.

Na avaliação da agência, a decisão caracteriza um processo semelhante a uma inadimplência, uma vez que a empresa já não cumpre integralmente seus compromissos financeiros em seus termos originais.

A Fitch destacou que, caso a Ambipar formalize um plano de reestruturação de dívidas, os ratings deverão ser novamente reduzidos para “RD” (inadimplência restrita). Se houver pedido de recuperação judicial, a classificação cairá para “D”, o nível mais baixo da escala da agência, que representa default efetivo.