O Alibaba Group (BABA; BABA34) apresentou lucro e receita abaixo das expectativas no último trimestre, enquanto a gigante do comércio eletrônico se esforça para retomar o crescimento em meio à intensa concorrência no mercado doméstico, uma economia chinesa enfraquecida e mudanças no comportamento dos consumidores.
A empresa chinesa anunciou nesta quinta-feira (15) que o lucro líquido dos três meses encerrados em junho teve uma queda de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 24,27 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 3,40 bilhões). O valor ficou abaixo das expectativas de 28,175 bilhões de yuans, segundo uma pesquisa da FactSet com analistas.
A receita aumentou 3,9%, para 243,24 bilhões de yuans, mas ficou abaixo das estimativas dos analistas de 246,36 bilhões de yuans. O Alibaba Group afirmou que a queda no lucro líquido aconteceu “principalmente a uma redução no retorno das operações” e ao “aumento da desvalorização” de seus investimentos.
Alibaba: razões para lucro e receita abaixo do esperado
A empresa tem buscado reacender o crescimento após um tumultuado 2023, marcado pela maior reestruturação corporativa de sua história. Esse processo foi seguido por mudanças na alta gestão, com Eddie Wu assumindo o cargo de CEO em setembro.
A gigante do comércio eletrônico enfrenta um consumidor chinês cauteloso e uma concorrência crescente de rivais como JD.com e PDD, dono do Temu. Desde que assumiu a liderança, Wu tem trabalhado para restaurar a estabilidade do principal negócio de e-commerce do grupo na China.
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Atualmente, a empresa está em uma fase de transição, planejando focar mais em comerciantes terceirizados que utilizam suas plataformas – Taobao e Tmall – enquanto reduz sua dependência do modelo de vendas diretas.
Wu declarou anteriormente que pretende lançar novos recursos de monetização para suas plataformas de e-commerce, com o objetivo de recuperar o crescimento dos negócios Taobao e Tmall no segundo semestre de 2025.
Taobao e Tmall
No trimestre encerrado em junho, as vendas do grupo Taobao e Tmall, que representam o negócio de e-commerce do Alibaba Group na China, caíram 1% em relação ao ano anterior, totalizando 113,37 bilhões de yuans.
A chinesa afirmou ter alcançado um crescimento de “dois dígitos” no valor bruto de mercadorias em seu negócio Taobao e Tmall — uma métrica que reflete o valor das transações realizadas em suas plataformas. A Alibaba tem se esforçado para mostrar que, apesar da receita geral ainda fraca, os consumidores continuam utilizando seus sites.
Enquanto isso, os negócios internacionais de compras online, como Lazada e AliExpress, continuam sendo um ponto positivo, com as vendas na divisão de e-commerce internacional crescendo 32% em relação ao ano anterior.
Os investidores estão atentos à divisão de computação em nuvem da Alibaba, considerada um motor de crescimento futuro da empresa.
Unidade de nuvem da Alibaba
A Alibaba anunciou que a receita trimestral de sua unidade de nuvem alcançou 26,5 bilhões de yuans, marcando um crescimento de 6% em relação ao ano anterior e registrando a taxa de crescimento mais rápida desde o trimestre encerrado em junho de 2022.
Assim como suas contrapartes chinesas e norte-americanas, a empresa com sede em Hangzhou tem investido pesadamente em inteligência artificial e comercializa produtos de IA através de sua unidade de nuvem. A Alibaba afirmou que “a receita de produtos relacionados à IA continuou a crescer a uma taxa de três dígitos ano após ano”.
No ano passado, a empresa reformulou a gestão de sua divisão de computação em nuvem e passou a focar em contratos com margens mais altas, além de melhorar a eficiência operacional. De acordo com a empresa, o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), uma medida de lucratividade, aumentou 155% ano a ano na divisão de nuvem no trimestre encerrado em junho.
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