Hoje, sexta-feira (6), marca o último pregão para negociação das ações ordinárias da JBS ($JBSS3) na B3. A mudança faz parte de uma reestruturação societária que culminará na migração da listagem da empresa para a Bolsa de Nova York (Nyse), a partir de segunda-feira (10).
Com isso, os investidores que mantêm ações ON da JBS na bolsa brasileira precisarão se adaptar ao novo modelo.
Nova estrutura: JBS N.V. assume como holding
A JBS S.A. será incorporada pela JBS Participações, que dará sequência ao processo com o resgate das ações ON. Para cada 2 ações ordinárias da JBS S.A., os acionistas receberão 1 ação preferencial resgatável da JBS Participações. Esse papel, por sua vez, será convertido automaticamente em um BDR (Brazilian Depositary Receipt) da nova holding, JBS N.V., registrada na Holanda.
A JBS N.V. será a nova controladora global do grupo e suas ações classe A serão listadas diretamente na Nyse. O BDR, portanto, representará esse novo ativo internacional para o investidor brasileiro.
Investidor brasileiro: o que muda na prática?
Na prática, quem quiser manter exposição à empresa continuará negociando os BDRs na B3. Os BDRs funcionam como recibos de ações internacionais, permitindo que investidores operem ativos estrangeiros sem sair do país. No entanto, quem desejar negociar as ações diretamente na Nyse precisará cancelar os BDRs e abrir conta em uma corretora norte-americana.
Esse movimento é considerado estratégico pela JBS, que busca ampliar sua base de investidores e se aproximar do mercado norte-americano, onde tem operações relevantes e maior visibilidade.
Impactos e próximos passos
A mudança encerra oficialmente a trajetória das ações ordinárias da JBS na bolsa brasileira, onde o papel era amplamente negociado. A expectativa da companhia é de que o novo formato melhore a governança corporativa e atraia mais capital estrangeiro.
Para os investidores, o momento exige atenção e decisão: optar pelos BDRs, que continuarão acessíveis na B3, ou migrar para o mercado americano, o que exige um passo adicional de estruturação financeira.
O processo de conversão dos ativos será automático, sem custo para o investidor. No entanto, o cancelamento dos BDRs para operar diretamente na Nyse poderá envolver taxas operacionais e tributárias, que devem ser verificadas com a corretora de cada investidor.