Investir em ações que pagam proventos é uma estratégia interessante para investidores que buscam renda passiva. Dentre os proventos disponíveis no mercado, os Juros sobre Capital Próprio (JCP) se destacam por sua tributação diferenciada e potencial de retorno.
AGENDA DE DIVIDENDOS: TENHA UM ANO INTEIRO DE RENDA PASSIVA
O setor bancário é um dos que melhor remuneram os acionistas com juros sobre capital próprio. Segundo um levantamento do Trademap, considerando as carteiras dos índices Ibovespa, IDIV, Small Caps e IBRX100, os bancos ocupam cinco das dez empresas que mais pagam JCP.
Os primeiros colocados são do setor financeiro, com o Banrisul (BRSR3), Banco do Brasil (BBAS3) e Banco ABC Brasil (ABCB4).
A lista considerou os rendimentos (dividend yield) dos últimos três anos até 24 de julho.
Veja, a seguir, as 10 ações que mais pagam JCP:
- 1°. Banrisul (BRSR3): mediana de rendimento de 8,65%;
- 2°. Banco do Brasil (BBAS3): mediana de rendimento de 8,01%;
- 3°. Banco ABC Brasil (ABCB4): mediana de rendimento de 7,81%;
- 4°. Cemig (CMIG4): mediana de rendimento de 7,55%
- 5°. Indústrias Romi (ROMI3): mediana de rendimento de 7,44%;
- 6°. Cemig (CMIG3): mediana de rendimento de 6,14%;
- 7°. Sanepar (SAPR11): mediana de rendimento de 5,58%;
- 8°. Bradesco (BBDC4): mediana de rendimento de 5,58%;
- 9°. Bradesco (BBDC3): mediana de rendimento de 5,54%;
- 10°. Copel (CPLE6): mediana de rendimento de 5,32%.
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Fim dos juros sobre capital próprio (JCP): o que muda para o investidor?
O Governo Federal anunciou esta semana que deve propor o fim dos juros sobre capital próprio (JCP), a fim de aumentar a arrecadação do Tesouro a partir de 2024. A medida visa buscar mais equilíbrio nas contas públicas, segundo afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em um contexto geral, o mercado avalia a possibilidade do fim dos proventos de maneira negativa, com potencial de redução dos lucros distribuídos aos investidores, o que por sua vez pode acarretar perda de atratividade das empresas e, consequentemente, das ações. Além disso, há grande receio dos analistas por aumento de carga tributária sobre as companhias.
Da mesma forma que os dividendos, os juros sobre capital próprio são uma forma de o acionista receber parte dos lucros da companhia. No entanto, os JCPs possuem uma diferença importante em relação aos dividendos: a incidência de Imposto de Renda, que é pago pelo investidor.
Luís Moran, head de Research da EQI Investimentos, explica: “As empresas que pagam proventos, pagam no limite do que podem, já que o JCP é uma vantagem fiscal. Quando há caixa a ser distribuído, ele é utilizado para pagamento de JCP até onde se consegue, para o restante ser distribuído como dividendos”.
“Os JCP são uma maneira de remuneração isenta de IR para a empresa, uma espécie de atalho fiscal para as companhias”, diz Moran. “Se a medida do Governo implicar apenas em aumento de impostos, a proposta será negativa para as empresas. Mas, caso venha com mudanças, de maneira a tornar o sistema mais justo, então não deve haver grandes impactos negativos”, pondera.