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Embraer pode ser salvação da Boeing, de acordo com site

Embraer pode ser salvação da Boeing, de acordo com site

A Embraer (EMBR3) pode ajudar a resgatar a Boeing, que vive a maior crise da sua história, informou o site Neofeed. A empresa americana não consegue fazer o MAX 737 voltar a voar. Mas a joint venture com a brasileira Embraer pode ser a tábua salvação.

O cenário conturbado custou o cargo do CEO Dennis Muilenburg, que comandava a Boeing desde julho de 2015. O americano David L. Calhoun assumiu o posto, para traçar um novo plano de voo para a empresa.

Em uma mensagem destinada aos funcionários da Boeing, o executivo de 62 anos elencou uma série de prioridades. Entre elas, uma questão que inclui diretamente o Brasil no mapa de turbulências da companhia: a aprovação de duas joint ventures com a Embraer.

“O primeiro acordo envolve a compra dos negócios e serviços de aviação comercial da Embraer. A Boeing vai desembolsar US$ 4,2 bilhões para ficar com uma fatia de 80% da nova empresa. Já a segunda joint venture, batizada de Boeing Embraer Defesa, inclui a aeronave militar C-390 Millennium, desenvolvida pela fabricante brasileira, que ficará com uma participação de 51% na operação”, disse o site.

De acordo com o Neofeed, entre os fatores que sustentam essa visão estão a suspensão dos voos com o 737 MAX, em vigor desde março. E e a paralisação na produção do modelo, anunciada em setembro. Bem como os custos relacionados à manutenção de fornecedores e os acordos para compensar os prejuízos das companhias aéreas. Nessa última vertente, a empresa estimou um gasto de US$ 6,11 bilhões.

Reflexos

Procurada, a Boeing informou que “não prevê qualquer impacto no acordo com a Embraer”. A Embraer, por sua vez, disse que não iria se pronunciar. Para fontes consultadas pelo NeoFeed, a situação financeira da companhia americana não traz grandes riscos para a concretização das alianças. Elas apontam, no entanto, alguns fatores de atenção nesse processo.

Sócio e analista de investimentos da gestora GEO Capital, Arthur Siqueira complementa: “Todos os esforços agora estão direcionados a fazer o MAX voltar a voar”, observa. “E isso pode afetar os prazos e o processos relacionados a uma eventual integração da Embraer.”

Os acordos não carregam, porém, apenas preocupações. Entre os analistas, há um consenso sobre o papel que a Embraer pode exercer na recuperação da Boeing. Mas à medida que esses acordos sejam aprovados e colocados em prática.

“A Embraer pode ser uma tábua de salvação para a Boeing recuperar fatores que perdeu ao longo do tempo, como a capacidade de engenharia e o viés de inovação”, diz Francisco Lyra, sócio da consultoria C-Fly Aviation.

“A Boeing pecou pelo excesso de confiança e uma certa arrogância, ao achar que podia estender o ciclo de vida de um produto que já não atendia às demandas tecnológicas atuais.”, disse posteriormente.

Mercado

Para efeito de comparação, das 44 mil aeronaves que a Boeing estima entregar nos próximos 20 anos, apenas 5%, ou 2,2 mil aviões, se encaixam nesse perfil. A entrada nesse mercado ganhou caráter de urgência, no entanto, quando a franco germânica Airbus ingressou no segmento, em outubro de 2017, ao comprar a divisão C-Series, da canadense Bombardier.

Nesse segmento, outras concorrentes começam a despontar. Entre elas, a chinesa Comac, a japonesa Mitsubishi e a russa Sukhoi. “A compra pela Boeing tornou-se um processo lógico para a Embraer dentro do rearranjo desse segmento”, diz Lyra. “Sem isso, sobrariam poucas alternativas de sobrevivência para a empresa.”