O BTG Pactual (BPAC11) produziu um relatório sobre um circuito de palestras que debateu a mobilidade sustentável, eficiência energética e eletrificação de carros. O evento foi promovido pela consultoria da indústria automotiva Bright Consulting.
Com os resultados das discussões, a equipe de Research afirma para os investidores ficarem de olho nas empresas de Bens de Capital, como a Weg (WEGE3), e produtoras de Açúcar e Etanol, como Raízen (RAIZ4) e Jales Machado (JALL3).
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Dentre os temas debatidos, o banco de investimentos destaca os seguintes assunto:
- a imparável tendência de eletrificação na indústria automotiva;
- a necessidade de considerar a emissão de carbono em todo o ciclo de vida de um veículo e seus componentes ao escolher um sistema de propulsão;
- os biocombustíveis passam a ser uma solução energética altamente competitiva para a indústria automotiva, com importante papel a desempenhar na transição do setor para um sistema de propulsão totalmente elétrico;
- a expectativa de que o etanol assuma um papel de destaque no Brasil, considerando sua viabilidade econômica e importância para a economia local.
Segundo o relatório do BTG, apesar de exigir uma grande mudança na cadeia de valor industrial, a transição completa do setor automobilístico para a propulsão elétrica será inevitável. Por isso, a Weg é uma das empresas mais expostas à transição energética.
Além das empresas de capital, o Agronegócio também pode se ganhar com a transição, principalmente os grandes produtores de Açúcar e Etanol. Essas empresas devem se beneficiar de fundamentos positivos de preços de commodities, bem como de uma história de longo prazo mais brilhante para o etanol.
Eletrificação dos carros é imparável e biocombustíveis devem ganhar mais relevância
Os analistas do BTG explicam que a eletrificação é uma modalidade que veio para ficar na indústria automotiva e ela será irreversível. Com isso, nos próximos anos, a tendência é de que os veículos sejam movidos a motores elétricos.
Contudo, este movimento não será feito de uma para outra. Especialistas da área apontam que um motor elétrico pode ser alimentado por diversos tipos de combustíveis. Logo, ele não depende somente de uma bateria.
Um dos principais motivos para o avanço da eletrificação veicular é justificado pela maior eficiência energética, visto que esses motores precisam de menos energia para movimentar o veículo. Em contrapartida, a racionalidade ambiental depende do tipo de combustível utilizado para alimentar o motor elétrico e sua emissão de carbono.
Além disso, como foi destacado anteriormente, a migração dos motores a combustão para elétricos não será feita de repente. É necessário um período de transição. Pensando nisso, os biocombustíveis terão um papel fundamental. No Brasil, por exemplo, o etanol será um produto que deve impulsionar a eletrificação, dada a infraestrutura já existente e a produção líder nacional.
Eletrificação e a estrutura energética
Outro fator que orienta, explica o relatório do BTG, positivamente a eletrificação da indústria automotiva é a redução das emissões de gases de efeito estufa. Assim, é preciso avaliar o ciclo de vida completo para entender qual é a solução mais adequada para cada região do mundo.
Os analistas relatam que precisam analisar a emissão de carbono pensando nos seguintes viés:
- produção de veículos e componentes;
- uso do veículo;
- produção de combustível;
- descarte/reutilização de veículos.
“No entanto, a adoção da melhor plataforma depende do abastecimento local de energia e outras questões geopolíticas, o que significa que os países estão evoluindo na eletrificação em ritmos diferentes”, argumentam os analistas do BTG.
Na Europa, por exemplo, já há uma frota considerável de veículos elétricos, mas a matriz energética ainda é dependente de combustíveis fósseis.
Dito isso, “percebemos a importância estratégica global da indústria automotiva brasileira dada a grande participação de fontes renováveis em nossa matriz energética”, encerra o relatório.
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