O Bradesco (BBDC4) reportou resultados em linha com o consenso no segundo trimestre de 2021, de acordo com relatório do BTG Pactual (BPAC11).
O lucro líquido ajustado foi de R$ 6,3 bilhões, um pouco abaixo da expectativa do BTG e do consenso do mercado (ROE de 17,4%), queda de 3% t/t, mas alta de 63% a/a.
“Apesar da pequena diferença de 3% na última linha contra nós e o consenso, em nossa visão o segundo trimestre terá pouco impacto para as ações. Os ganhos de tesouraria, as receitas de taxas de serviços e a qualidade dos ativos foram melhores do que esperávamos”, afirmam os analistas.
A margem financeira com clientes ainda está se recuperando e os resultados de seguro foram fortemente impactados por sinistros relacionados à Covid.
Margem financeira com clientes continua em ritmo baixo
Os empréstimos do Bradesco (BBDC4) cresceram 3% t/t e 10% a/a, em particular os empréstimos a pessoas físicas e PMEs, que aumentaram 6% e 5% t/t.
A margem financeira com clientes, no entanto, continua atrasada em relação ao crescimento da carteira de crédito e as estimativas do BTG, expandindo “apenas” 1,9% t/t e 2,3% a/a.
O banco espera que a margem financeira com clientes acelere na segunda metade do ano e feche o ano perto do ponto médio do guidance de 2% – 6% (vs. + 2,2% a/a no 1S21).
Os ganhos da tesouraria, embora 11% acima da estimativa do BTG, caíram 4% t/t, tendência que o BTG espera continuar nos próximos trimestres.
Impulsionadas pela gestão de ativos, taxas de consultoria e operações de cartão de crédito, as receitas de tarifas vieram 3% à frente do BTG e tiveram um bom aumento de 4,3% t/t.
Ventos contrários para o negócio de seguros
Os resultados de seguros do Bradesco (BBDC4) foram duramente afetados por sinistros relacionados à Covid nas carteiras de vida e saúde.
O resultado final da unidade de seguros atingiu R$ 655 milhões (8% ROE) no 2TRI21, queda de 60% t/t e a/a.
O Bradesco (BBDC4) atualizou suas expectativas para os resultados de seguros em 2021, de +2-6% a/a para -15% a -20%. No 1S21, os resultados de seguros caíram 30%, sugerindo uma recuperação no segundo semestre, embora a visibilidade não seja boa.
“Mas tivemos boas notícias sobre a qualidade dos ativos, com NPLs de 60 dias com queda de 20bps t/t, e provisões brutas 13% melhores do que estimamos”, diz o BTG.
O Opex foi novamente decente, com menos agências e um número menor de funcionários em relação aos períodos anteriores.
“Não-evento” para o papel
No geral, o BTG diz que o Bradesco (BBDC4) teve um trimestre neutro.
“É difícil estimar a rapidez com que os seguros vão reagir, mas não consideramos que a lucratividade atual seja recorrente, o que significa que o resultado final teria sido mais forte em um cenário ‘normal’. As taxas reagiram bem, mas a margem financeira com clientes está demorando mais para responder. OPEX e provisões são destaques positivos, mas será difícil melhorar muito em relação aos níveis atuais (excelentes)”, diz o BTG.
Assim, a recomendação é de compra até R$ 34.