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Valorização do Ibovespa no ano se dá na esteira das commodities e dos bancos

Valorização do Ibovespa no ano se dá na esteira das commodities e dos bancos

A valorização do Ibovespa no ano se dá na esteira das commodities e dos bancos. Isso porque os ganhos do mercado estão concentrados num grupo restrito de ações, com característica de empresas de “valor”, ou seja, já consolidadas, líquidas e nem sempre com fundamentos que justificam uma aposta de longo prazo. A informação é do Valor Econômico.

Conforme o jornalão de economia, no ano o Ibovespa tem uma alta de 7,68%, e apenas dez ações do índice respondem por 94,4% desse ganho – à exceção de Hapvida, todas são de empresas exportadoras de matérias-primas ou do setor financeiro.

Também disse que somadas, elas possuem um peso total de 49,8% na carteira teórica do Ibovespa, fato que evidencia ainda mais a discrepância – a outra metade do índice responde por apenas 5,6% dos ganhos acumulados em 2022.

E acrescentou que os papéis de crescimento, como os de tecnologia, fintechs ou varejo on-line, continuam amargando desempenhos negativos.

Ibovespa

Para se ter ideia, das 90 ações que compõem o Ibovespa, apenas 35, ou 39%, têm desempenho superior ao índice.

Nesse grupo, também aparecem ações do setor financeiro e matérias-primas, além dos papéis de energia, destino do investidor global, que está zerando posições em papéis de crescimento.

Gestor de renda variável da Western Asset, Guto Leite disse ao jornal que o estrangeiro vinha bastante cauteloso com o Brasil nos últimos tempos. Quando ele volta, em um primeiro momento, tem a preferência por ações mais líquidas. “Trazem mais liberdade, caso ele queira sair da posição, se a aposta no país e nas empresas se mostrem erradas”, destacou.

Conforme o especialista, o fluxo externo, em um primeiro momento, se concentra muito em compras por meios de ETF [fundos de índices] e isso acaba tendo um impacto maior nas empresas mais líquidas.

Gestor da Frontier Capital, Alexandre Cancherini elencou que como o cenário é opaco, de um modo geral, privilegiar esse tipo de ações também faz sentido.

B3

Dados da B3 mostram que o estrangeiro ampliou posição comprada na bolsa em R$ 58 bilhões, somando-se o mercado à vista e o futuro.

Na outra ponta, os investidores institucionais locais reduziram posição na bolsa em R$ 48 bilhões.

Isso por causa da migração de boa parte dos investidores para a renda fixa, o que vem provocando resgates dos fundos de ações.

Co-gestor de portfólio para ações da asset WHG, Daniel Gewehr disse que a bolsa brasileira está se beneficiando do movimento global de busca por papéis de valor, e não mais pelos de crescimento, depois que os bancos centrais do mundo, especialmente o Federal Reserve, dos Estados Unidos, preparam o ciclo de normalização da política monetária.

“O Brasil é percebido como um mercado de valor, 70% do Ibovespa é composto por esse tipo de papel”, diz. “A Rússia também é um mercado de valor, mas pelas questões geopolíticas parte do fluxo que poderia migrar para aquele mercado pode estar vindo para o Brasil.”