A “defesa absolutista da liberdade de expressão” que Elon Musk usou como uma das razões para adquirir a totalidade do Twitter (TWTR34) pode ter preço, ao menos para usuários corporativos e governamentais.
Em postagens na sua própria conta na rede, durante esta semana, o bilionário cogitou a ideia de fazer a cobrança para ampliar a arrecadação da empresa.
“O Twitter sempre será gratuito para usuários casuais, mas talvez com um custo leve para usuários comerciais e governamentais. Alguma receita é melhor do que nenhuma!”, disse, em duas postagens.
Twitter vem de prejuízo operacional
No balanço do primeiro trimestre de 2021, divulgado na semana passada, já depois de a companhia aceitar a oferta de Musk, em torno de US$ 44 bilhões, o Twitter registrou lucro de US$ 513,2 milhões, mas o valor foi turbinado pela venda de uma empresa, a MoPub, desenvolvera de softwares e aplicativos, adquirida pela AppLovin por mais de US$ 1 bilhão.
Se considerada apenas a operação, o Twitter registrou prejuízo de US$ 128 milhões: foram US$ 1,2 bilhão em receitas, aumento de 16% em relação ao primeiro trimestre de 2021, sendo: US$ 1,11 bilhão em anúncios e US$ 94 milhões em assinaturas e outras arrecadações; e US$ 1,33 bilhão em despesas, aumento de 35% para o mesmo período do ano passado.
Até agora, Musk tem dado poucos detalhes sobre seus planos para a empresa, além de declarações esparsas como a desta semana e de comentar que pretende um grau menor de controle na moderação de conteúdo.
Negócio ainda em aberto
Considerado o homem mais rico do mundo, Elon Musk vai adquirir a totalidade do Twitter a US$ 54,20 por ação e fechar o capital da empresa, num processo que ainda depende de aprovação pelos acionistas e pelas entidades reguladoras como a SEC (Security and Exchange Comission).
Fontes do mercado norte-americano disseram que Musk tem falado na possibilidade de reabrir o capital da empresa, durante conversas com investidores em que tem buscado capital para completar os US$ 21 bilhões que ainda precisa levantar para pagar a aquisição do Twitter. O resto do capital virá de empréstimos escorados pelas ações de outras de seus empresas, como a Tesla (TSLA34).
Volatilidade do Twitter segue à toda
Enquanto o negócio não fecha, as ações seguem negociadas na Nasdaq com a volatilidade de costume. Nesta quarta-feira, a cotação estava em torno dos US$ 50,80 por volta das 11h15 (de Brasília), alta de 1,75% em relação à abertura e um dos valores mais altos das últimas semanas.
Na B3, as BDRs (Brazilian Depositary Receipts) do Twitter, papeis ligados às ações negociados com o ticket TWTR34, eram negociadas às 11h15 por R$ 126,80, alta de 6,8% em relação à abertura e o valor mais alto do ano.