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Com alta da Selic, migração para renda fixa já é realidade; veja quais títulos se beneficiam

Com alta da Selic, migração para renda fixa já é realidade; veja quais títulos se beneficiam

Com as projeções para a Selic superando os 9%, há uma clara tendência de migração da renda variável para a renda fixa no país. Após um período em que as ações brilharam, títulos do tesouro, certificados de depósito bancários e outros investimentos voltam a chamar atenção.

Isso, obviamente, tem um motivo claro: o Banco Central segue uma tendência de alta da taxa Selic, o “juros oficial do Brasil”. E, mesmo com isso a inflação não está arrefecendo – o que sugere que o movimento altista imposto pelo BC terá de perdurar. 

Muitas pessoas, porém, veem a renda fixa de forma errada e acham que todos os títulos são iguais. Não é bem assim. É necessário, antes de fazer aportes nesses investimentos, entender como funciona a dinâmica desses títulos. 

Não são todos os títulos de renda fixa que avançam com a alta da Selic

Antes de comprar a renda fixa por conta da Selic em alta é necessário entender como funcionam esses ativos. Eles podem, por exemplo, ser indexados, prefixados ou pós-fixados. E ainda podem ser atrelados a diversas variáveis, apesar de o mais comum ser os índices de inflação, a Selic ou o CDI

Se as previsões da maioria do mercado se concretizarem, títulos indexados ou pós-fixados atrelados a índices de inflação, como o IPCA, devem, com o passar do tempo, ver as suas rentabilidade caírem. Isso porque o Banco Central vem, justamente, elevando a Selic para tentar frear a alta dos preços, o que em algum momento deve trazer resultado e frear o avanço dos custos.

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No caso de o IPCA continuar a avançar, porém (o que vem acontecendo, a despeito das movimentações do Banco Central), esses títulos tendem a tomar posição contrária. 

Exemplo: se o mercado estiver precificando que o IPCA para 2021 ficará em 3,84%, mas ele fechar o ano em 4%, o investidor que comprou uma NTN-B (Tesouro IPCA) verá seu título adquirindo valor, pois a aplicação pagará juros maiores que o esperado. É o que explica uma análise do banco Inter (BIDI11). 

Além das NTN-B, ou Notas do Tesouro Nacional da série B, as das séries C (Tesouro IGP-M) e D (atrelado à cotação do dólar) também são exemplos desses títulos. 

Marcação a mercado também pode causar desvalorizações

Alguns títulos de renda fixa prefixados também podem se desvalorizar com a alta da Selic, principalmente os que são atrelados ao CDI ou à Selic. 

Se alguém compra um título prefixado atrelado à Selic ou ao CDI, neste momento em que a taxa oficial de jurus está a 5,25%, quando o Banco Central voltar a elevá-la, o provável é que eles desvalorizem. Isso porque os novos títulos virão com taxas de rentabilidade mais interessantes. 

Nesse caso, a rentabilidade do título atrelado à Selic em 5,25% não irá mudar, mas no caso de um resgate antecipado, antes do vencimento, o que acontece é que o papel deixa de ser tão interessante e perde valor, simplesmente pelo fato de outros títulos estarem remunerando mais.

“Imagine que você comprou hoje um título do Tesouro Direto prefixado com uma taxa de remuneração de 5% ao ano. Algum tempo depois, a taxa básica de juros subiu e vários outros títulos que pagavam mais foram lançados no mercado. Nesse caso, o seu investimento vai ficar menos atraente”, explicam os analistas do Nubank. 

Esse movimento é conhecido como marcação a mercado e também tem de ser compreendido por aqueles que pretendem fazer aportes em renda fixa. 

Cenário é positivo para renda fixa

Em geral, o cenário é positivo para aqueles que querem investir em renda fixa. Títulos pós-fixados ou indexados à Selic devem ver sua rentabilidade avançar – alguns bancos já trabalham com o Banco Central elevando a taxa a dois dígitos no próximo ano.  

Apesar de ser imprevisível, o cenário brasileiro atual, com inflação e dólar alto, deixa pouco espaço para que o Banco Central tome outra atitude que não seja elevar a Selic.

O Boletim Focus, que é disponibilizado semanalmente pelo Banco Central, trabalha com a Selic superando a barreira de 11% em 2022 – apesar de ser mais otimista do que algumas instituições financeiras, a própria instituição aponta forte tendência de alta.