A EQI Research divulgou relatório com suas expectativas de resultados para o quarto trimestre (4TRI22) de 2022 das empresas de propriedade.
A casa de análise se mantém otimista com relação ao setor shopping centers, que deve ter crescimento real de vendas, maiores reajuste nos aluguéis e, consequentemente, aumento no custo de ocupação.
Para o setor logístico, a EQI Research projeta queda na demanda no eixo Rio-SP, com vacância em alta. Já em Minas Gerais e nas regiões Sul e Nordeste, a demanda por galpões deve se revelar aquecida.
Confira a projeção 4TRI22 para galpões e shoppings.
Galpões logísticos
O mercado de galpões logísticos apresentou absorção líquida (novas locações) de 351 mil m², versus a entrega de 622,5 mil m² em novo estoque (novos galpões), revertendo a sequência de quatro trimestres consecutivos de absorção líquida maior do que o novo estoque.
Como consequência, o volume de espaços vagos (vacância) aumentou 1,08 p.p. sobre o 3TRI22, principalmente em São Paulo, estado que concentra o maior número de novos estoques (350 mil m²).
O destaque positivo foi Minas Gerais, que representou 58% da absorção líquida do Brasil. Apesar do aumento da vacância, o preço médio dos novos aluguéis foi de R$ 23,15/m2, variação de 14,5% s/ 4TRI21, acima tanto do IGP-M (5,4%) como do IPCA (5,8%), os dois principais indexadores de reajuste dos aluguéis.
“Os números do 4TRI22 reforçam nossa tese de demanda crescente por novos galpões logísticos em centros consumidores secundários, como Minas Gerais e Nordeste, bem como nossa preocupação com o mercado em São Paulo, onde a demanda não está absorvendo a nova oferta de ativos”, afirmam os analistas.
“Além disso, o 4TRI22 também reforça a tendência de substituição de galpões obsoletos por novos ativos, com maior qualidade, uma vez que mesmo com o aumento da vacância, o valor médio dos aluguéis cresceu significativamente acima dos principais indexadores”.
Para a Log (LOGG3, cuja recomendação da casa de análise é compra, com preço-alvo de R$ 34), o trimestre deve ser marcado por investimentos na produção de novos galpões. “Contudo, estamos observando crescimento real dos aluguéis e nível de vacância muito abaixo da média histórica, o que projeta um ambiente favorável para a negociação de locação desses novos ativos”.
Shoppings
A research espera um trimestre de crescimento real das vendas dos lojistas, em comparação com o 4TRI21, que já havia apresentado forte crescimento.
“Esperamos crescimento médio de cerca de 8%, em comparação com o 4TRI21 nos shopping centers, equivalente a IPCA+2,2%. Como consequência da desaceleração econômica, esperamos que os shopping centers dominantes e voltados para alta renda sejam o destaque positivo, uma vez que o seu público tem seu consumo menos afetado por fatores econômicos. Nesse cenário, Iguatemi (IGTI3) e Multiplan (MULT3) devem apresentar melhores resultados que Aliansce Sonae (ALSO3) e Syn (SYNE3, antiga Cyrela)”, diz.
E complementa: “Dentre os principais segmentos, acreditamos que o destaque será o crescimento de serviços, lazer e alimentação, indicando claramente o aumento do fluxo de pessoas nos shoppings centers. O segmento de eletrodomésticos deve apresentar maior queda, visto a elasticidade das vendas do setor com o poder de compra da população. Os demais varejistas devem crescer em linha com o crescimento médio das vendas (cerca de 8% sobre 4TRI21)”.
Quanto à Aliansce Sonae (cuja recomendação da research é de compra, com preço-alvo de R$ 38), esta será a primeira divulgação conjunta com bRMalls, após a fusão.
“Deveremos observar crescimento real de vendas, porém abaixo das empresas similares, que possuem um portfólio com ativos mais eficientes. O lucro líquido deve também ser impactado por despesas não recorrentes decorrentes do processo de fusão”, aponta o relatório.
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