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PMI do Brasil sobe a 56,6 pontos, puxado por serviços, e reforça aceleração pós-pandemia

PMI do Brasil sobe a 56,6 pontos, puxado por serviços, e reforça aceleração pós-pandemia

O Índice Consolidado de Dados de Produção brasileiro do PMI da S&P Global subiu para 56,6 pontos em março, superando o valor de 53,5 alcançado em fevereiro, e indicando a recuperação mais acentuada desde janeiro de 2010. O índice foi puxado pelo setor de serviços, que chegou a 58,1 pontos, contra 54,7 em fevereiro.

Os índices foram revelados pela S&P Global nesta terça-feira (5). Na sexta, a empresa já havia anunciado o aumento do PMI referente ao setor de manufatura indústria, que foi de 52,3 pontos.

Tabela do PMI do Brasil, que mostra aceleração puxada pelo setor de serviços

Aceleração de serviços

Os dados de março apontaram para uma expansão acentuada das atividades do setor de serviços, que foi a quinta mais alta já registrada. O número de vendas do setor privado aumentou ao ritmo mais acentuado desde outubro de 2007, liderado por uma recuperação quase recorde dos prestadores de serviços.

Já os fabricantes de produtos registraram um aumento moderado no número de novos pedidos, o que, no entanto, encerrou uma sequência de cinco meses de queda.

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Os fabricantes lideraram a área relacionada à inflação, já que as taxas de aumento tanto nos custos de insumos quanto nos de produção foram mais pronunciadas do que as observadas na economia do setor de serviços. No nível consolidado, os custos de insumos aumentaram ao ritmo mais acelerado desde novembro passado, enquanto a taxa de inflação atingiu um novo recorde.

Novos negócios em alta

Mesmo com o cenário macroeconômico complexo, devido ao conjunto de inflação e juros em alta e perspectivas de baixo crescimento, os dados do PMI do Brasil mostram expansões quase recordes do índice de novos negócios e produção no setor de serviços do Brasil, sinais de recuperação da economia com o levantamento das restrições como combate à pandemia de covid-19.

O índice de novos pedidos para exportação voltou a crescer, enquanto o índice de emprego subiu ao ritmo mais acelerado desde julho de 2007. A retomada correspondeu às pressões sobre os preços cada vez mais acentuadas, com a reaceleração da inflação dos preços de insumos e o aumento dos custos de produção a um ritmo sem precedentes.

As expectativas dos negócios permaneceram positivas, mas diminuíram desde fevereiro em meio ao contexto de preocupações com a inflação e também com a guerra na Ucrânia, que vem impactando na pressão inflacionária por causa das altas nos preços de alguns insumos.

Otimismo na área de serviços

De acordo com os participantes da pesquisa, o crescimento do índice de atividade foi impulsionado pela conquista de novos clientes, êxito dos esforços de marketing e aumento das vendas. De fato, o índice de novos negócios subiu ao ritmo mais acentuado desde junho de 2007, enquanto a demanda dos clientes foi impulsionada pela redução das restrições contra a covid-19, o que incluiu a flexibilização das regras para viagens internacionais.

O aumento do número dos novos negócios de exportação no final do primeiro trimestre contribuiu para a recuperação do índice de vendas totais. Houve uma melhora na demanda internacional em comparação à sua queda consistente em fevereiro, mas de importância marginal.

Durante o mês de março, em um contexto de retomada do volume de novos pedidos, os fornecedores de serviços visaram a expansão da capacidade produtiva. Além disso, o índice de emprego atingiu um ritmo de crescimento acentuado e o mais acelerado desde meados de 2007.

Reajustes para cobrir a alta de custos

Os dados de março destacam uma intensificação das pressões inflacionárias no setor de serviços do Brasil, após uma desaceleração registrada no mesmo período da pesquisa anterior. Os custos de insumos subiram ao ritmo mais acelerado desde novembro passado e é um dos mais acentuados já registrados, o que pode ser explicado pelo aumento dos preços de eletricidade, alimentos, combustível, óleo e transporte. Os aumentos estão relacionados, em alguma medida, à guerra Rússia-Ucrânia.

Em março, em meio a esforços para proteger a margem de lucro contra os aumentos de custos, os fornecedores voltaram a aumentar os preços de seus serviços. Além disso, a taxa de inflação foi alta e a mais acentuada desde o início da coleta de dados realizada há mais de 15 anos.

“O setor de serviços brasileiro vivenciou uma fase de crescimento robusto registrada em fevereiro, com novos aumentos substanciais na atividade comercial e nas vendas do mês de março. As empresas continuaram a se beneficiar da flexibilização das restrições contra a covid-19, com a demanda tornando-se a mais forte em quase 15 anos. Os esforços para atender a novos pedidos e aumentar a atividade comercial do setor impulsionaram consideravelmente a criação de empregos no final do primeiro trimestre”, analisou Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global.

Entenda o que é PMI

O Índice Gerente de Compras (PMI) utiliza dados compilados pela S&P Global a partir de respostas mensais a questionários enviados a executivos encarregados por compras em cerca de 400 empresas industriais e a outras 400 no setor de serviços, incluídos serviços ao consumidor (excluindo varejo), transportes, informação, comunicação, finanças, seguros e serviços imobiliários e empresariais.

Os painéis são estratificados por setor e pelo número de funcionários da empresa, com base em suas contribuições para o PIB. Os dados da pesquisa no setor industrial foram coletados pela primeira vez em fevereiro de 2006; com o setor de serviços, a partir de março de 2007.

As respostas são coletadas na segunda quinzena de cada mês e indicam a direção de mudança em comparação com o mês anterior. Um índice de difusão é calculado para cada variável da pesquisa. O índice é a soma da porcentagem de respostas indicando mudanças “mais elevadas” e metade da porcentagem de respostas indicando uma “ausência de mudanças”.

Os índices variam entre 0 e 100, com uma leitura acima de 50 indicando um aumento, de um modo geral, em relação ao mês anterior, e uma leitura abaixo de 50 indicando diminuição, no geral. Depois disso, os índices são ajustados sazonalmente.

O PMI do setor industrial é uma média ponderada obtida a partir dos cinco índices seguintes: Novos Pedidos (30%), Produção (25%), Emprego (20%), Prazo de Entrega dos Fornecedores (15%) e Estoques de Insumos (10%). Para calcular o PMI, o Índice de Prazo de Entrega dos Fornecedores é invertido para que se mova em uma direção comparável aos outros índices.

O Índice de Atividade de Negócios do Setor de Serviços é comparado com o Índice do setor Industrial e pode ser referido como o “PMI setor de Serviços”, mas não é comparável com o número básico do PMI setor Industrial. O Índice Consolidado de dados de Produção é uma média ponderada usando o Índice de Produção do setor Industrial e o Índice de Atividade de Negócios do setor de Serviços. Os pesos refletem os tamanhos relativos dos setores industrial e de serviços de acordo com os dados oficiais do PIB. O Índice Consolidado de dados de Produção pode ser referido como o “PMI Consolidado”, mas não é comparável com o número básico do PMI do setor Industrial.

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