O mercado de criptoativos deve viver um momento de amadurecimento em 2023, depois da crise que provocou a falência da FTX, uma das principais corretoras de ativos virtuais do mundo, mas com um ótimo potencial de valorização para o decorrer do ano.
A analista Helena Margarido, da Monett, acredita que o investidor vai ter mais consciência do cuidado necessário com suas aplicações e que o mercado, como um todo, aprendeu que o investimento em criptomoedas não é uma terra sem lei.
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O ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, foi preso no início de dezembro, nas Bahamas, e extraditado para os Estados Unidos, sob a acusação de diversos crimes financeiros, depois de uma crise de liquidez que derrubou a companhia e sua própria criptomoeda, a FTT.
SBF, como é conhecido, é acusado de fraude e de uso de dinheiro de terceiros sem autorização para investimentos da corretora. Ele foi solto no dia 21, depois de pagar uma fiança de US$ 250 milhões garantida pelos pais
“Isso dá um pouco mais de tranquilidade para o investidor de cripto porque acaba com a falácia de que o cripto é um mercado sem lei. É um mercado de US$ 1 trilhão que ainda demanda regulações específicas, mas a prisão do SBF é um recado: fraude é fraude em qualquer mercado, enganar investidores continua sendo enganar investidores e operar dinheiro de terceiros sem a autorização pertinente para isso continua sendo um crime financeiro em qualquer mercado. É isso que precisa ficar muito claro e acho que esse é um recado bom para o mercado”, afirmou Helena.
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Mercado cripto supera um 2022 complicado
Helena Margarido admite que o ano de 2022 do mercado de criptoativos foi complicado, mas não apenas por causa do escândalo da FTX. “Já se esperava que fosse um ano de ajustes nas cotações, pela própria dinâmica do mercado, já que houve uma sobrecompra nos anos anteriores”, conta a analista.
A esse cenário juntaram-se os altos índices de inflação nos principais mercados, como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, que levou a aumentos nas taxas de juros e, consequentemente, à opção de investidores por renda fixa em detrimento de aplicações de renda variável como as criptomoedas.
“A partir do momento em que a gente vê países de primeiro mundo com inflação em dois dígitos, a gente vê o investidor fugindo do risco e procurando alternativas para ao menos repor essa inflação por meio de títulos de governo e outros investimentos em vez da renda variável”, analisa.
As taxas de juros nesses países, porém, não chegam ao ponto de igualar os índices de inflação – ao contrário do Brasil, onde a Selic segue mais alta do que os índices inflacionários mais recentes. “Quando o investidor começa a se dar conta disso, ele se volta novamente para a renda variável”, aponta Margarido. “E o mercado cripto, neste caso, se mostra muito descontado, com excelentes preços e em muitos casos com uma ótima projeção de médio e longo prazo”, acrescenta.
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Moedas começam a recuperar valor e podem ser boa opção
Embora ainda longe do auge do início do ano, quando o Bitcoin (BTC) chegou a bater em cotação acima dos US$ 47 mil, a principal criptomoeda já voltou a ser negociada em valores acima do mínimo após o auge do escândalo da FTX, quando caiu a menos de US$ 16 mil a unidade.
O mesmo vale para a Ethereum (ETH) e outras criptos ainda vistas como boa opção pelo mercado. “Durante 2023 a gente vai ter uma valorização desses criptoativos por causa da retomada da tese de que elas podem ser uma boa saída para a diversificação do seu portfólio de renda variável”, explica Helena Margarido.
Além disso, ela enfatiza, o mercado tende a se mostrar, após o caso FTX, mais maduro. “O usuário vai se tornando mais reticente com esses casos de empresas centralizadoras de recursos que não mostram certeza de liquidez”, aponta a analista.
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Atenção à legislação brasileira e cuidados na escolha
Helena Margarido admite que ficou insatisfeita com a lei que regulamentou os criptoativos no Brasil, já que um artigo importante, que era a garantia da separação do dinheiro dos investidores e da verba própria da corretora, acabou fora do texto final.
“Era a principal salvaguarda para garantir o direito do consumidor. A lei basicamente dá requisitos mínimos e vai deixar tudo sob a supervisão do Banco Central, criando apenas uma reserva de mercado que não vai proteger o consumidor”, explicou.
Por fim, a analista da Monett recomenda que o investidor em criptomoedas desenvolva uma noção principal: “No mercado cripto você é seu próprio banco. Claro que as corretoras podem ajudar, mas é preciso ter a percepção de que, a partir do momento em que você confia a custódia para um terceiro você está correndo risco de liquidez. Por isso é preciso ter cuidado e fazer as escolhas certas.”
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