08 Dez 2021 às 23:00 · Última atualização: 08 Jun 2022 · 8 min leitura
08 Dez 2021 às 23:00 · 8 min leitura
Última atualização: 08 Jun 2022
O Nubank fixou hoje (8) o preço de US$ 9 por ação em seu IPO na Nyse. O valor ficou no ponto máximo da faixa indicativa, que iniciava em US$ 8. O banco digital vai chegar ao mercado avaliado em mais de US$ 41,5 bilhões, cravando o maior valor de mercado entre os bancos listados da América Latina.
Amanhã (9), as ações estreiam na Bolsa de Valores de Nova York, com BDRs negociados na B3, a bolsa brasileira.
Vamos conhecer melhor a empresa?
O Nubank se define como uma empresa líder em tecnologia financeira na América Latina. A fintech criada no Brasil ganhou destaque internacional e está prestes a abrir seu capital.
Seu primeiro produto, lançado em 2014, é um cartão de crédito gratuito totalmente gerenciado por um aplicativo móvel.
Mais de 41 milhões de pessoas solicitaram o produto desde o lançamento, e a empresa ultrapassou a marca de 12 milhões de clientes em outubro de 2021.
Com escritórios no México, Argentina, Alemanha, Colômbia e EUA, o banco tem mais de 4.500 colaboradores espalhados pelo mundo.
Recentemente, o Nubank foi eleito a empresa mais inovadora da América Latina e ocupou a posição nº 36 na classificação das 50 empresas mais inovadoras da Fast Company.
Hoje com um valor de mercado de US$ 30 bilhões (há informações de que possa ultrapassar os US$ 50 bilhões), a empresa está prestes a abrir seu capital nos Estados Unidos.
Em 27 de outubro o banco anunciou seu pedido confidencial de registro preliminar de IPO (Oferta Pública Inicial). E em 1 de novembro publicou o prospecto preliminar da oferta.
Depois de vivenciar como a experiência bancária era frustrante para os clientes no Brasil, o colombiano David Vélez decide iniciar uma nova startup de serviços financeiros no Brasil. Em março de 2013, ele levanta US$ 2 milhões como investimento inicial da Sequoia Capital e Kaszek Ventures. Dois meses depois, David Vélez se une à brasileira Cristina Junqueira e o americano Edward Wible para co-fundar o Nubank com a missão de combater a complexidade para empoderar as pessoas.
Em 2014 a empresa começou a testar seu primeiro produto, um cartão de crédito gratuito, totalmente gerenciado por um aplicativo digital. Depois de menos de um ano de desenvolvimento, o cartão é lançado em roxo, a cor símbolo do Nubank, e a primeira transação ocorreu. Em setembro daquele ano o Nubank recebeu sua Série A: US$ 15 milhões – Investidores: Sequoia Capital e Kaszek Ventures.
Em maio de 2015 o Nubank recebeu sua Série B: US$ 30 milhões – Investidores: Tiger Global, Sequoia Capital, Kaszek Ventures e QED.
E em dezembro veio a Série C: investimento de US$ 52 milhões – Investidores: Founders Fund, Tiger Global, Sequoia Capital e Kaszek Ventures. Naquele ano o aplicativo do Nubank foi eleito o mais inovador da App Store.
A Série D foi feita em dezembro de 2016 e levantou US$ 80 milhões. Os investidores foram a DST Global, Sequoia Capital, Founders Fund e Tiger Global.
O segundo produto do Nubank foi lançado em outubro de 2017: uma conta totalmente digital. No mesmo ano foi aberto um centro de tecnologia em Berlim, na Alemanha.
A Série E de investimentos, que levantou US$ 150 milhões, foi em 2018 e contou com DST Global, QED Investors, Redpoint Ventures, Ribbit Capital, Dragoneer Investment Group, Thrive Capital. Assim, com esta série, o banco se tornou um unicórnio avaliado até então em US$ 4 bilhões.
O ano de 2018 marcou também o momento em que o Nubank foi disponibilizado para 100% dos municípios do Brasil. E ainda levantou US$ 90 milhões por meio de um investimento da chinesa Tencent.
A Série F de investimentos levantou em 2019 US$ 400 milhões junto aos investidores TCV, Tencent, DST Global, Sequoia Capital, Dragoneer, Ribbit Capital e Thrive Capital.
Em janeiro de 2020 o Nubank realizou sua primeira aquisição, a empresa de consultoria de software Plataformatec. Em setembro adquiriu a Easynvest, plataforma de investimento digital líder no Brasil. E também comprou a Cognitect, empresa americana que criou as linguagens de programação Clojure e Datomic.
Em janeiro de 2021 veio a Série G, com investimento de US$ 400 milhões. Investidores: GIC, Whale Rock e Invesco. Neste ano o banco se tornou uma das cinco instituições financeiras mais valiosas da América Latina.
Em junho de 2021 o Nubank levantou uma extensão de sua Série G, um total de US$1,15 bilhão. Nesta rodada, o Nubank deu as boas-vindas à Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, com um investimento de US$500 milhões, além de outros investidores de renome.
Após operar desde sua criação no prejuízo, o Nubank reportou lucro pela primeira vez em outubro deste ano. O lucro foi de R$ 76 milhões em suas operações no Brasil, após atrair mais clientes para seu cartão de crédito. No mesmo período do ano anterior, o Nubank teve prejuízo de R$ 95 milhões.
Desde o seu início, em 2013, a empresa levantou US$ 2,3 bilhões nas rodadas de investimentos (R$ 12,7 bilhões).
As receitas de intermediação financeira do Nubank no Brasil atingiram cerca de R$ 4 bilhões no primeiro semestre de 2021. Ou seja, aumento de 91% em relação ao mesmo período de 2020. O resultado chegou a R$ 1,8 bilhão nos primeiros seis meses de 2021, um crescimento de 98% em comparação com o ano anterior.
A carteira de crédito da empresa no Brasil chegou a R$ 22,971 bilhões e o resultado bruto da intermediação financeira foi de R$ 502,645 milhões. Já as receitas de tarifas e serviços bancários atingiram R$ 1,464 bilhão e as despesas administrativas e de pessoal somaram R$ 1,492 bilhão.
“Em resumo, o primeiro semestre de 2021 foi mais um reforço de que seguimos no caminho certo ao colocar nossos clientes no centro de tudo o que fazemos. Crescemos com foco nos clientes, desenvolvemos novos produtos e serviços e chegamos a ainda mais pessoas”, afirmou o Nubank.
Mas o IPO do Nubank fora do Brasil não quer dizer que a empresa queira deixar o país. A companhia destacou, em reportagens recentes, que o país tem muito “chão” para ser conquistado.
Isso por que os grandes bancos detêm 86% do mercado e há muitas pessoas ainda “desbancarizadas”. Ou seja, o Nubank vai pra cima das instituições convencionais a fim de ganhar terreno e também vai correr atrás de quem não tem conta em bancos.
A briga promete ser boa e o Nubank tem cacife para fazer frente à concorrência, principalmente porque se tornou o único representante do Hemisfério Sul entre as dez maiores startups do mundo, além de ser o único decacórnio (startups que valem mais de US$ 10 bilhões) no Brasil de capital fechado – até agora.
Após meses e meses de especulações, o Nubank anunciou em 27 de outubro que vai abrir seu capital por meio da Nu Holdings.
O objetivo da companhia é lançar ações nos Estados Unidos e, no Brasil, negociar BDRs – papéis vendidos por meio da B3 que representam aqui as ações no exterior.
No dia 1 de novembro, o Nubank anunciou o protocolo público de seu pedido de oferta pública inicial na Securities and Exchange Comission (SEC) e na CVM.
Além disso, o Nubank anunciou a criação do programa Nu Sócios, no qual seus clientes serão convidados a serem sócios da empresa, por meio do recebimento de um BDR por pessoa, sem custo. De acordo com o comunicado, serão destinados entre R$ 180 milhões e R$ 225 milhões para a compra de BDRs para os clientes do banco, que terão o direito de se inscrever a partir do dia 9 de novembro por meio do app para participar do programa.
(Por Felipe Alves)