Nesta sexta-feira (11), três grandes bancos norte-americanos — JPMorgan (JPM; JPMC34), Wells Fargo (WFC; WFCO34) e Morgan Stanley (MS; MSBR34) — divulgaram os dados do primeiro trimestre de 2025 (1TRI25), com resultados bem contrastantes entre eles.
Enquanto Morgan Stanley e JPMorgan superaram as expectativas com fortes ganhos nas operações de trading, o Wells Fargo registrou uma receita abaixo do projetado, mesmo com o lucro em alta.
Wells Fargo: Lucro sobe, mas receita decepciona
O Wells Fargo reportou lucro ajustado por ação de US$ 1,39 no primeiro trimestre. No entanto, a receita somou US$ 20,15 bilhões, abaixo dos US$ 20,75 bilhões esperados pelo consenso da LSEG.
O rendimento de juros líquidos (NII), métrica crucial para instituições financeiras, caiu 6% em relação ao ano anterior, para US$ 11,5 bilhões. Já a receita não relacionada a juros — que inclui taxas de investment banking e gestão de patrimônio — subiu para US$ 8,65 bilhões.
O CEO Charlie Scharf destacou os desafios econômicos, citando as incertezas geradas pela reorientação do comércio global sob a administração Trump. “Apoiamos a disposição do governo em revisar barreiras comerciais, mas há riscos significativos. Uma resolução rápida beneficiaria a todos, mas estamos nos preparando para um ambiente mais lento em 2025”, afirmou.
O banco também reduziu sua provisão para perdas com crédito para US$ 932 milhões e recomprou US$ 3,5 bilhões em ações próprias.
Morgan Stanley: Trading de ações impulsiona resultado recorde
O Morgan Stanley surpreendeu positivamente, com lucro por ação de US$ 2,60 (acima dos US$ 2,20 esperados) e receita recorde de US$ 17,74 bilhões, superando as projeções em US$ 1,16 bilhão.
O destaque foi o desempenho no trading de ações, que saltou 45% em relação a 2023, para US$ 4,13 bilhões, impulsionado pela volatilidade global e pela demanda de fundos hedge, especialmente na Ásia.
Outros segmentos também apresentaram desempenho sólido:
- Trading de renda fixa: alta de 5%, para US$ 2,6 bilhões
- Investment banking: aumento de 8%, para US$ 1,56 bilhão
- Gestão patrimonial: receita de US$ 7,33 bilhões, em linha com as estimativas
Apesar dos números fortes, as ações do banco oscilaram recentemente, diante de temores de recessão nos EUA e das crescentes tensões comerciais. Analistas devem questionar, nas próximas semanas, como a instituição pretende se posicionar em um cenário menos favorável para fusões e IPOs.
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JPMorgan: Lucro acima do esperado e tom cauteloso de Dimon
Maior banco dos EUA em ativos, o JPMorgan reportou lucro por ação de US$ 5,07 (ou US$ 4,91 ajustado), superando a estimativa de US$ 4,61. A receita total cresceu para US$ 46,01 bilhões, impulsionada pelo forte desempenho em trading, gestão de ativos e taxas de investment banking.
Apesar dos bons resultados, o CEO Jamie Dimon adotou um tom cauteloso. “A economia enfrenta turbulências, como guerras comerciais, inflação persistente e preços elevados de ativos. Esperamos o melhor, mas nos preparamos para cenários diversos”, comentou.
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