Os irmãos Batista, controladores da JBS (JBSS3) e da holding J&F, estão estudando a compra de uma participação de 50% no Grupo Petrópolis, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A empresa, dona de marcas como Itaipava, Crystal, Petra e Black Princess, é atualmente a terceira maior no mercado de cervejas do Brasil, com uma fatia de 12%, e está em recuperação judicial desde 2021.
De acordo com a coluna, os Batista estão em conversas iniciais com Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis.
“Os Irmãos Batista estudam entrar num novo negócio. Gigante, como sempre. O de cervejas. Há um incipiente namoro entre eles e Walter Faria, dono da Itaipava e de nada desprezíveis 12% de participação no mercado brasileiro. A ideia é comprar 50% da Itaipava”, escreveu Jardim.
O movimento dos Batista pode mudar o cenário competitivo do setor cervejeiro brasileiro. Atualmente, o mercado é dominado por dois grandes players: a Ambev (ABEV3), que detém cerca de dois terços do mercado, e a Heineken (HEIN), que adquiriu a Brasil Kirin em 2016 e passou a dividir a fatia restante com o Grupo Petrópolis.
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Um relatório do BTG Pactual (BPAC11) comentou a possibilidade de os Batista entrarem no mercado de cervejas e considerou a notícia especulativa, mas ressaltou os possíveis impactos dessa movimentação.
Segundo o relatório, o mercado brasileiro de cervejas é único, caracterizado por sua concentração. Desde a criação da Ambev, o setor se consolidou em poucos players, com a Petrópolis sendo o último grande grupo local independente.
O banco destacou que, após entrar em recuperação judicial há dois anos, o Grupo Petrópolis adotou uma estratégia agressiva de preços para recuperar volumes e participação de mercado, o que ajudou a empresa a retomar fôlego.
No entanto, recentemente, a companhia passou a aumentar seus preços médios, o que pode indicar um esforço para alcançar um equilíbrio mais saudável no mercado.
Se confirmada, a entrada dos Batista no setor cervejeiro poderia representar uma injeção de capital importante para o Grupo Petrópolis, fortalecendo sua capacidade de competir com as gigantes Ambev e Heineken.
“Isso pode dar à Petrópolis musculatura para desenvolver seu portfólio e aprimorar sua distribuição“, afirma o relatório do BTG.
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Impactos na Ambev e no mercado
O relatório do BTG aponta que uma entrada dos irmãos Batista no mercado criaria um novo desafio para a Ambev. “Como líder em uma indústria amplamente madura, o crescimento de longo prazo dos lucros da Ambev depende fortemente da manutenção de um poder de precificação sustentável“, avalia o banco.
A possível entrada de um novo player com capital suficiente para aumentar a competitividade do Grupo Petrópolis poderia prejudicar a capacidade da Ambev de sustentar seu crescimento e manter sua participação dominante no mercado.
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