O GPA (PCAR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 303 milhões no quarto trimestre de 2024 (4TRI23), uma redução de 72,5% em relação ao mesmo período de 2022, quando teve um prejuízo de R$ 1,10 bilhão.
No entanto, o resultado anual do GPA foi negativo em R$ 2,27 bilhões, um aumento de 1.222,1% em comparação com o prejuízo de R$ 172 milhões de 2022. A empresa atribuiu o desempenho ruim à descontinuidade das operações dos hipermercados Extra e da rede colombiana Almacenes Éxito, que foram vendidas ou distribuídas aos acionistas nos últimos dois anos.
O prejuízo líquido continuado, que exclui os efeitos das operações descontinuadas, foi de R$ 87 milhões no 4TRI23, uma melhora de 68% em relação ao prejuízo de R$ 272 milhões do mesmo período de 2022. A empresa explicou que a redução do prejuízo ocorreu devido à melhora do EBITDA ajustado e das outras receitas e despesas operacionais.
O EBITDA ajustado, que é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ajustado por itens não recorrentes, foi de R$ 404 milhões no4TRI23, um crescimento de 39% em relação ao quarto trimestre de 2022. A margem EBITDA ajustada foi de 7,7%, uma melhora de 1,8 ponto percentual na comparação anual.
A receita líquida do GPA no 4TRI23 foi de R$ 5,62 bilhões, um aumento de 6,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano de 2023, a receita líquida foi de R$ 20,61 bilhões, uma alta de 11,3% em relação a 2022.
O GPA afirmou que o ano de 2023 foi marcado pela reversão no processo de compressão de margens observado em 2022, graças às iniciativas implementadas no contexto do plano de turnaround da companhia. A empresa disse que continuará avançando na negociação com fornecedores, na finalização dos projetos que trarão impacto no reequilíbrio das categorias, na redução de despesas baseada no orçamento base zero e no melhor equilíbrio promocional.
GPA: CEO destaca avanços em 2023 e projeta crescimento em 2024
Em mensagem aos acionistas, o diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Marcelo Pimentel, fez um balanço positivo do ano de 2023 e afirmou que a empresa está preparada para acelerar os ganhos em 2024. Segundo ele, o ano passado foi de consolidação e confirmação da assertividade do projeto de turnaround iniciado em 2022, com foco no “básico bem-feito”.
Pimentel destacou que o GPA evoluiu em cada um dos seis pilares estratégicos – Top Line, Clientes, Digital, Expansão, Rentabilidade e ESG & Cultura – para ter uma operação cada vez mais rentável, colocar em prática os valores da companhia e cumprir com o propósito de “Alimentar sonhos e vidas”.
Entre os desafios superados em 2023, o CEO citou a finalização da transição do extinto modelo de hipermercados, a realização de um forte trabalho com foco em rentabilidade, a condução de um grande projeto de gestão de categorias, a definição de novas diretrizes para a atuação multicanal, a retomada da expansão orgânica de lojas e a definição de metas únicas para toda a companhia.
O GPA abriu 61 novas lojas em 2023, sendo a maior parte delas de proximidade, com a bandeira Minuto Pão de Açúcar. No e-commerce, a empresa fez uma grande mudança operacional, migrando 100% dos pedidos para separação e entrega realizadas diretamente pelas lojas, integrando o e-commerce com a operação de lojas. A receita do e-commerce cresceu mais de 20% no 4TRI23 em relação ao mesmo período de 2022, com margem de contribuição positiva.
Pimentel ressaltou que o GPA tem observado um crescente reconhecimento dos clientes e consequente ganho de market share. A empresa registrou, no 4TRI23, um acréscimo de 0,3 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados da Nielsen no mercado de autosserviço – o quinto trimestre consecutivo de avanço. Ele também salientou que esse avanço no market share ocorreu concomitantemente ao aumento da rentabilidade, demonstrando o reconhecimento da proposta de valor das bandeiras do GPA pelos clientes.
O CEO também celebrou a melhora dos indicadores de rentabilidade em 2023. O EBITDA ajustado totalizou R$ 404 milhões no 4TRI23, com margem de 7,7%, uma evolução de 1,8 ponto percentual em relação ao ano anterior. Os indicadores financeiros demonstram que o GPA deu importantes passos em direção a um negócio cada vez mais saudável e com resultados consistentes e sustentáveis, segundo Pimentel.
O CEO também mencionou o sucesso do processo de venda de ativos não core, que foi fundamental para melhorar a estrutura de capital da companhia. Com a decisão de vender o restante das ações no Éxito e a participação que detinha no capital da Cnova, o GPA voltou a ser uma empresa 100% brasileira, focada no mercado alimentar nacional, muito mais preparada para continuar crescendo.
Para 2024, Pimentel disse que o GPA vê o ano como o de aceleração de ganhos, consolidação da posição no mercado premium, fortalecimento das bandeiras de proximidade e de mainstream, ainda contabilizando os ganhos da melhoria da estrutura de capital. Ele afirmou que a empresa chegou neste ano mais forte e com uma proposta de valor aprimorada, o que permitirá continuar entregando resultados consistentes aos stakeholders.