O CEO do BTG Pactual (BPAC11), Roberto Sallouti, sinalizou que o banco não está focado no número de clientes da sua plataforma bancária digital, mas na qualidade dos serviços prestados para os clientes de alta renda. Com isso, ele informou que o BTG decidiu abandonar duas marcas do segmento bancário, o BTG Digital e o BTG+, que agora se chamará apenas BTG.
“Hoje nós temos a principalidade dos clientes em investimentos, mas ainda não conseguimos atingir a principalidade na parte de transacionalidade. Seguimos desenvolvendo nossa plataforma, é um processo de transferência talvez um pouco mais demorado e doloroso para o cliente [do que em investimentos]. Mas vamos seguir perseguindo e tenho certeza que cada vez mais vamos conseguir”, disse Sallouti, para o jornal Valor Econômico, ao comentar os resultados do terceiro trimestre.
Sallouti comentou que o “net new money” (captação líquida) se manteve estável e deve seguir neste patamar. No 3TRI22, a captação foi de R$ 63 bilhões. A expectativa do CEO BTG é que em 2023, se houver uma queda de juros, o NNM até pode subir um pouco.
“Com uma queda de juros e maior busca por risco de renda variável, prazo, crédito e liquidez, acredito que nós temos uma oferta mais competitiva, nos sentimos mais confortáveis do que no atual momento [de juros altos e busca por renda fixa]”, afirmou para jornalão.
“Acreditamos na responsabilidade fiscal, que estamos no pico de juros, e à medida que os juros caiam, o net new money pode acelerar”, complementa Sallouti.
Nos últimos meses, os escritórios de agentes autônomos voltaram a crescer com força, mas Sallouti diz que não está preocupado com essa competição visto que o BTG tem ciência do custo de aquisição de clientes em seus diferentes canais. “Com o tempo temos demonstrado nossa conduta, serviços, produtos, relacionamento. Isso gera mais confiança para as pessoas migrarem para nossa plataforma. Mas não temos visto nada fora do normal, nem para um lado nem para ou outro”, explica.
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BTG aponta a estratégia do banco de investimentos
Na questão da parte de banco de investimentos, o diretor de Relações Institucionais do BTG Pactual, Renato Cohn, destaca que a instituição financeira é líder em operações de emissão de renda (DCM) e afirmou que há um bom pipeline para os próximos dois trimestres.
Já em relação à emissão de ações (ECM), Sallouti indicou que a melhora do cenário macroeconômico pode promover uma volta da onda de IPOs em 2023. “Continuamos vendo alavancagem operacional, esperamos que continue crescendo nos próximos trimestres”, salienta Sallouti.
Apesar desse otimismo, Sallouti alerta sobre o clima de incerteza no Brasil, visto que ainda não está clara qual será a política fiscal do novo governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, o mercado ainda tem dúvidas sobre a trajetória da dívida pública e da carga tributária, além da agenda de reformas e concessões públicas.
“Não sabemos qual vai ser a postura dos bancos públicos. Nos últimos seis anos tivemos um clássico efeito de ‘crowd in’, com os bancos privados ganhando espaço. Acho que, por mais que tenha uma mudança na agenda dos bancos públicos, não é nada que vai acabar com o crescimento que vimos nos últimos anos nos mercados de capitais. Qual vai ser a continuidade dessa curva de crescimento, depende dessas políticas”, citou Sallouti.
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