A família Magalhães Pinto, controladora do Banco Nacional – em liquidação extrajudicial desde 1996 – propôs um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, além de negociar a venda para o BTG Pactual (BPAC11).
Os controladores convocaram os acionistas para uma assembleia geral em 24 de novembro, por meio de fato relevante, propondo o aporte.
Os veículos Empresa Brasileira de Participações Cebepê e Nac Administração e Participações, da família Magalhães Pinto, se comprometeram a aportar pelo menos R$ 700 milhões no aumento de capital do Banco Nacional.
“O aumento de capital tem, portanto, como finalidade principal permitir a continuidade do cumprimento das obrigações pela companhia e, assim, contribuir para o equacionamento de seu passivo”, comunicaram.
A consultoria EY, contratada para avaliar o Nacional, chegou a um preço de R$ 15,82 por lote de mil ações.
Sobre o negócio envolvendo o Banco Nacional, o BTG Pactual afirmou que “a operação faz parte da estratégia de compra de carteiras de créditos inadimplentes”. A instituição tem se especializado em adquirir carteiras de rivais que quebraram, assim como fez com o Banco Econômico, Bamerindus e BVA.
Banco Nacional: relembre o caso
O Banco Central decretou o Regime de Administração Especial Temporária (Raet) do Banco Nacional em 18 de novembro de 1995, que tinha prejuízo de 581% sobre seu valor contábil. Ao final daquele ano, o Nacional estava com problemas de liquidez e já maquiando seus balanços.
A instituição ganhou notoriedade ao patrocinar o piloto Ayrton Senna. Com apoio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), o banco foi dividido em um pedaço bom (good bank) e um ruim (bad bank). O considerado positivo foi vendido para o Unibanco, enquanto o negativo permaneceu no próprio Nacional.
A liquidação extrajudicial do Banco Nacional ocorreu em 13 de novembro de 1996.