Diferente de 99% das vezes que viemos aqui para falar sobre governos e cripto, hoje o nossa expectativa é extremamente otimista: iniciou-se dia 20 o mandato de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, com um viés pró-cripto nunca antes presenciado.
Há, inclusive, quem atribua a sua vitória ao fato de ter ampla e abertamente defendido o discurso pró-cripto durante toda a campanha, bem diferente do que fez sua então rival, Kamala Harris, a qual dizia basicamente que cripto é dinheiro de bandido e só serve para cometer ilegalidades.
A eleição de Trump com esse forte alicerce pró mercado de criptomoedas poderá encerrar por um tempo, senão botar fim, a esse discurso que só pode vir, obviamente, daqueles que não sabem absolutamente nada de criptomoedas e formam suas convicções com base em “hearsay”.
Exemplos não faltam, e vão desde os mais desavisados anônimos com quem nos deparamos todos os dias até figuras importantes do mercado financeiro, como Jamie Dimon (JP Morgan), que já “matou” o Bitcoin diversas vezes comparando-o a um esquema ponzi, e Warren Buffet, que já afirmou que nosso querido BTC nada mais seria que um “veneno de rato ao quadrado”.
Gostem eles ou não, acreditem ou não, fato é que a tese do BTC como reserva de valor tem tomado as mais altas e renomadas rodas políticas nos últimos tempos. Tanto na esfera federal norte-americana quanto nos vários estados discute-se, atualmente, a possibilidade de se adquirir BTC como parte da reserva estratégica dos diferentes entes.
E, para nós, meros mortais, por que isso importa?
Bem, é claro que qualquer aumento de demanda é bem-vindo quando o que se espera é uma apreciação no preço de determinado ativo – e, no caso do $BTC, esse awareness por si só já foi responsável por esse efeito. O preço, como esperado, subiu.
Contudo, esse não é o único motivo. Especialmente quem acompanha esse mercado há algum tempo sabe que invariavelmente vemos o $BTC associado a qualquer tipo de bad press: esquemas, fraudes, roubos, furtos, hacks, atividades ilícitas no geral… Ainda é assim que muita gente enxerga o maior dos criptoativos e um dos motivos responsáveis por atrasar a adoção do Bitcoin.
Nesse sentido, a chancela governamental ajuda a mitigar boa parte desse tanto de ruído que circunda a reputação do maior criptoativo do mercado. É por isso que ela é tão importante.
De volta ao nosso cenário pós Inauguration Day, é bem verdade que a lista de ordens executivas proferidas por Trump em um primeiro momento não contemplou nada relativamente a essas reservas. Porém, as nomeações feitas na SEC e no CFTC deixam claro: regulação sim, porém pró-mercado. A comunidade mundial de cripto agradece.
Por Helena Margarido, criptoanalista do EQI+
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