Lembro até hoje da primeira conferência de cripto de que participei. O ano era 2013 e éramos eu e Fernando Ulrich falando sobre bitcoin para uma plateia de menos de 100 pessoas.
Naquela época, o público que foi assistir era composto mais ou menos por 10% de entusiastas de criptos e 90% de curiosos que queriam saber o que era bitcoin. Em outras palavras: éramos poucos, bem poucos.
Naquele mesmo ano, em maio, comemoramos o Bitcoin Pizza Day em uma pizzaria na Vila Mariana, em São Paulo. Éramos 6 pessoas.
O público foi crescendo, devagar. Lembro que, em novembro de 2014, ajudamos a organizar a LABitconf no Rio de Janeiro e o evento, que durou 2 dias, contou com a participação de mais de 300 pessoas.
Naquele tempo, nossa grande preocupação estava em como explicar a revolução que o Bitcoin poderia causar no mundo para as pessoas, muito mais do que em discutir expectativa de preços ou projetos que utilizam tecnologias em blockchain.
Então, surgiu o Ethereum. Nas conferências de que participei em 2015 e 2016, entre Brasil, Estados Unidos e China, se discutiam projetos novos que estavam sendo desenvolvidos utilizando a infraestrutura daquele criptoprotocolo.
Até aqui, não estávamos vivendo um ciclo de supervalorização recente do Bitcoin, que havia se encerrado em novembro de 2013. Exatamente por isso, o foco em todos os eventos estava na discussão das tecnologias e alguns casos de uso, não na movimentação de preços em si.
Mas tudo isso mudou em 2017, quando finalmente o mercado cripto vivia um novo bull market.
Naquele ano, assisti estarrecida à maior conferência de cripto do mundo até então (Consensus, organizada anualmente em Nova Iorque), que chegou a 2 mil convidados, teve seus ingressos esgotados e um dos patrocinadores fazia seus anúncios na Times Square.
Nessa época, a grande discussão da vez eram as supervalorizações do Bitcoin, do ETH e das novas altcoins que vinham surgindo com os projetos emitidos por meio de ofertas iniciais de tokens (ICOs).
Já durante o inverno cripto, iniciado em 2018, as discussões de preço e supervalorizações arrefeceram, por motivos óbvios. Mas, para o meu espanto, o público dos eventos seguia aumentando: a Consensus daquele ano contou com mais de 4 mil pessoas e teve, como no ano anterior, seus ingressos esgotados.
De lá para cá, muita coisa mudou. Apesar de a pandemia ter suspendido temporariamente os eventos presenciais, surgiram tantos novos temas no universo de tecnologias em blockchain e tantos novos eventos, muitas vezes “nichados” em alguns temas específicos, que simplesmente perdi a conta de quantos foram ou sobre o que falavam.
Web 3.0, metaverso, NFTs… Todos esses temas hoje em dia têm diversas iniciativas em andamento e, por consequência, pessoas e eventos especializados tratando apenas desses tópicos específicos.
E quando eu achava que as conferências mais “generalistas” estavam com os dias contados, surgiu a iniciativa de organizarem o Blockchain Rio, que aconteceu entre os dias 01 a 04 de setembro deste ano.
E, como devem imaginar, por estarmos vivendo um inverno cripto, o grande foco das discussões não foram os preços dos criptoativos: para a minha grata surpresa, na área mais técnica falou-se demais em Web 3.0 e, na parte que tange modelos de negócio, a palavra da vez foi tokenização de ativos.
Não tenho os dados oficiais da organização do evento sobre quantas pessoas participaram. Contudo, estimo que tenham sido pelo menos umas 2 mil por dia, na conferência que contou com mais de 200 palestrantes.
Depois de participar de 5 painéis e falar com incontáveis pessoas, encerrei o evento explicando para um menino de uns 11 anos como funcionava uma tokenização de real estate. E, pasmem: ele entendeu direitinho.
Então, volto a lembrar daquele Bitcoin Pizza Day, com 6 gatos pingados sonhando com a revolução que o Bitcoin faria no mundo… E me dá um frio na espinha ter a certeza de que, hoje, já estamos vivendo de fato toda essa revolução.
Por isso, aproveite o inverno cripto de 2022 para estudar o assunto, participar de eventos e se inteirar sobre tudo que está sendo idealizado e construído no mundo, utilizando tecnologias em blockchain. Assim como nos outros ciclos de valorização dos criptoativos, esse é o melhor momento para isso.
Antes de ir, um convite especial:
Na próxima semana, no dia 11 de setembro, terá início a imersão de investimentos “Como Começar a Investir”, conduzida pela Olivia Alonso, CEO da Monett, minha sócia e educadora financeira.
A imersão dura apenas 10 dias e é gratuita, basta se inscrever neste link.
Por Helena Margarido, criptoanalista da Monett.