A Justiça dos Estados Unidos condenou Changpeng Zhao, ex-CEO e fundador da Binance, a quatro meses de prisão. O bilionário ainda poderá recorrer da pena recebida nesta terça-feira (30). No final do último ano, o dono da maior exchange de criptomoedas do mundo se declarou culpado de acusações por lavagem de dinheiro nos EUA.
Embora Zhao não administre mais a Binance, ele detém uma participação estimada em 90%.
Os advogados de Zhao argumentaram que ele deveria cumprir a pena em liberdade. A sentença proferida no tribunal federal de Seattle foi significativamente menor do que os três anos que os promotores federais buscavam para ele.
As diretrizes de condenação previam uma pena de prisão de 12 a 18 meses. Já o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) havia recomendado três anos de reclusão.
A Binance também deverá pagar US$ 4,3 bilhões em multas. Zhao concordou em arcar com uma multa de US$ 50 milhões. A Bloomberg calcula que ele teria uma fortuna de cerca de US$ 43 bilhões; nos cálculos da Forbes, o patrimônio é de US$ 33 bilhões.
Zhao é acusado de não implementar deliberadamente um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro, conforme exigido pela lei norte-americana. Além disso, ele foi indiciado por permitir que a Binance processasse transações envolvendo receitas de atividades ilegais.
Binance: relembre o caso e polêmica envolvendo CEO
O bilionário Changpeng Zhao, ex-CEO da Binance, se declarou culpado das acusações por lavagem de dinheiro nos Estados Unidos em novembro de 2023. A declaração veio em um momento decisivo para regulamentação do mercado de criptoativos no país e no mundo.
A corretora admitiu, além da lavagem de dinheiro, transmissão não licenciada de recursos e violações de sanções.
As autoridades alegam que a Binance permitiu que atores realizassem transações livremente na plataforma, incluindo investimentos ilegais para ações de fins de abuso infantil, narcóticos e financiamento do terrorismo.
A confissão de culpa da Binance e de seu fundador – além da recente condenação do cofundador de outra corretora relevante de criptomoedas, Sam Bankman-Fried, da FTX – envia um direcionamento claro de que as regulamentações funcionam neste mercado, esperam as autoridades norte-americanas.
Também no final de 2023, o jogador Cristiano Ronaldo foi processado nos Estados Unidos por promover a corretora de criptomoedas Binance no país. A ação, que tem um valor superior a US$ 1 bilhão, alega que criptomoedas e produtos considerados títulos não registrados foram adquiridos após propagandas do atleta.