O banco BTG Pactual (BPAC11) projeta que o dólar em 2023 atinja R$ 5,30 no fim do ano, com espaço para uma taxa média para o período em patamar mais elevado. Relatório do banco de investimentos mostra ainda que cotação do real nas últimas semanas sofreu depreciação, superando no interim a barreira do R$ 5,45, quando apresentou reversão de parte deste enfraquecimento e voltou a negociar mais próximo de R$ 5,25.
“O início deste ano foi uma amostra da maior sensibilidade do real em relação aos temas relacionados à política fiscal e creditícia que provavelmente vamos presenciar neste e nos próximos anos, o que naturalmente ocorre devido ao elevado patamar de endividamento público (~80%/PIB) e ao momento do ciclo econômico em que nos encontramos, com juros mais altos nos países desenvolvidos”, diz trecho do relatório BTG.
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No campo internacional, o consenso de mercado segue precificando fed funds rate abaixo de 5% no fim do ciclo de aumento de juros e corte de aproximadamente 50 pontos base no segundo semestre deste ano, cenário divergente do previsto pelo BTG e da última apuração das expectativas individuais dos membros do FOMC – órgão responsável pela política monetária dos Estados Unidos.
Dólar em 2023: rearranjo fiscal doméstico promete ser desafiador
O relatório diz ainda que o encerramento da última gestão federal ocorreu junto à confirmação do cenário de forte expansão fiscal em 2023 para acomodar promessas de campanha do governo eleito, com destaque para a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 por família e para o aumento real do salário mínimo.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aprovada poderá levar a uma expansão das despesas federais da ordem de R$ 170 bilhões, resultando em um crescimento de despesas primárias de 1,1 ponto do PIB ante 2022. Este cenário ainda é considerado “poluído” pela incerteza em relação ao qualitativo da nova âncora fiscal, que será definido ao longo dos próximos meses.
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A proposta possivelmente será mais flexível que a atual regra do Teto de Gastos, o que resultará em sustentabilidade das contas públicas refém de decisões discricionárias da gestão estatal, que serão dependentes da conjuntura macroeconômica.
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