A cofundadora e CEO da Tok Stok, Ghislaine Dubrule, confirmou que a varejista de móveis está em negociações para uma possível fusão com a Mobly ($MBLY3). Esta informação foi compartilhada durante uma entrevista de Dubrule à Bloomberg Línea.
A CEO reiterou que está em diálogo com a Mobly sobre as próximas etapas para a fusão entre as empresas, porém, ressaltou que, até o momento, não há acordo concreto nem progresso substancial para finalizar a negociação.
Dubrule destacou que a Tok Stok já superou seu período mais desafiador e está gerando caixa, sinalizando uma melhora em suas operações.
Na entrevista, a executiva expressou que o setor varejista está enfrentando uma demanda enfraquecida. Ela argumentou esse ponto ao observar que os principais players do mercado estão revendo suas estratégias e ajustando seus investimentos de acordo com o cenário atual.
Dubrule também mencionou que os investimentos realizados nos últimos anos não trouxeram os resultados esperados e geraram pressão financeira, especialmente em um mercado mais desafiador.
Apesar das dificuldades, a CEO da Tok Stok enfatizou que a empresa nunca enfrentou um risco real de falência, mas passou por ajustes necessários, incluindo a renegociação de dívidas.
No primeiro semestre de 2023, a varejista enfrentou desafios como um pedido de falência por parte de um fornecedor, o fechamento de 17 lojas e a reestruturação de uma dívida de R$ 350 milhões.
Em agosto, a Tok Stok anunciou o retorno da fundadora Ghislaine Dubrule ao cargo de CEO após o fundo americano Carlyle, um dos controladores da varejista junto com a SPX Capital, realizar um aporte de R$ 100 milhões.
Resumo das negociações entre Tok Stok e Mobly
Os rumores sobre a fusão começaram no início do ano, com a Mobly confirmando as negociações em março. A publicação do fato relevante confirmando as negociações foi antes da reestruturação das dívidas da Tok Stok e da nomeação de Dubrule como CEO.
A Mobly emitiu comunicados sobre as conversas, mas sem atualizações significativas sobre o andamento do projeto de fusão.
Analistas do mercado citam que há sinergias entre as duas empresas, com a Mobly atendendo à classe C com operações digitais e logística eficiente, e a Tok Stok focando nas classes A e B com operações físicas.
Contudo, o obstáculo financeiro reside no tamanho e na dívida da Tok Stok. A Mobly não conseguiria cobri-la, apesar de sua saúde financeira sólida e ausência de dívidas, com um caixa de R$ 167 milhões.