A Raízen (RAIZ4) está considerando a venda de sua participação na operadora brasileira das lojas de conveniência Oxxo, segundo informações da agência Bloomberg.
A decisão faz parte da estratégia da companhia de focar em áreas mais alinhadas ao seu core business e de auxiliar sua controladora, a Cosan (CSAN3), na redução do endividamento.
No Brasil, a operação das lojas Oxxo é realizada pelo Grupo Nós, uma parceria entre a Raízen e a mexicana Fomento Económico Mexicano (Femsa), responsável pela marca em toda a América Latina.
O setor varejista enfrenta um cenário desafiador neste momento, como a concorrência do comércio online e o impacto das altas taxas de juros, fatores que podem dificultar a venda da operação.
Além da possível saída da operação de lojas de conveniência, a Raízen também estuda a venda de uma participação em suas usinas de etanol de segunda geração (E2G). A ideia é criar uma nova unidade de negócios que reuniria todos os ativos relacionados, incluindo duas fábricas já em operação, atraindo um novo sócio por meio de uma joint venture.
O modelo permitiria a injeção de capital por parte do novo parceiro, aliviando a necessidade de investimentos recorrentes pela própria Raízen. A participação no negócio foi oferecida a fundos de investimento, com o objetivo de levantar recursos para novos projetos e consolidar sua liderança no mercado de biocombustíveis.
O E2G é produzido a partir de biomassa lignocelulósica, como resíduos da cana-de-açúcar, utilizando uma tecnologia proprietária da Raízen que aumenta a produção de etanol em até 50%. A empresa já possui contratos de vendas no valor de aproximadamente 4,3 bilhões de euros (cerca de R$ 26 bilhões), o que demonstra a relevância do segmento para o futuro da companhia.
Essas iniciativas são vistas como parte do esforço da Raízen para ajudar a Cosan, sua controladora, a melhorar sua saúde financeira.
A Cosan, que também atua em setores como transporte ferroviário, gás natural e combustíveis, aumentou seu endividamento após adquirir uma participação na Vale (VALE3) em 2022, um investimento que tem gerado retornos considerados abaixo do esperado.
Com essas medidas, a Raízen busca reorganizar suas prioridades estratégicas, concentrando-se em operações que ofereçam maior rentabilidade e estejam alinhadas às suas metas de longo prazo, enquanto contribui para aliviar as pressões financeiras de sua controladora.
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