O presidente da Petrobras ($PETR4), Jean Paul Prates, estaria irritado com uma série de críticas vindas de membros do governo federal. De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, o ex-senador solicitou uma audiência com o presidente Luis Inácio Lula da Silva para resolver a situação.
Bergamo também informa que Prates está considerando deixar a Petrobras, caso Lula não demonstre forte apoio a ele, algo que, segundo ela, não vem acontecendo.
“Prates pretende definir de uma vez por todas a sua situação na estatal, expondo a Lula as conquistas e os problemas de sua gestão”, escreveu a jornalista em sua coluna na Folha.
Segundo Bergamo, a decisão de Prates veio após os ministros Rui Costa e Alexandre Silveira, da Casa Civil e Minas e Energia, respectivamente, intensificarem os ataques contra a Petrobras e a gestão do atual presidente da estatal.
Mercadante entre os possíveis nomes para Petrobras
Inclusive, Rui Costa já estaria articulando possíveis substitutos para ocupar a posição de Prates. Enquanto, Silveira teria exigido um nome para assumir a presidência do conselho da Petrobras.
Além de Bruno Moretti e Magda Chambriard, conforme noticiamos ontem (3), o nome de Ricardo Savini, presidente da 3R Petroleum ($RRRP3), também está sendo especulado para assumir a Petrobras.
Outro nome que surgiu para ocupar a cadeira de Prates é Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). A informação é da GloboNews.
A especulação de Mercadante na Petrobras não é nova. Antes de Prates assumir, o nome dele tinha sido apontado para presidir a estatal.
O canal de notícias também confirmou que presidente da Petrobras pediu uma reunião com o presidente.
Apesar das informações de Mônica Bergamo e da GloboNews, o Broadcast, do Estadão, relata que o presidente da Petrobras está no Rio de Janeiro, sede da Petrobras, e não solicitou nenhuma reunião com Lula.
Petrobras: Silveira reclama de “lucros exorbitantes” e Rui Costa tenta amenizar crise
Na última segunda-feira (1), o ministro de Minas e Energia criticou os “lucros exorbitantes” da Petrobras em uma entrevista à GloboNews. Ele destacou que a estatal não pode perder de vista o cumprimento de seu papel e das diretrizes elaboradas pelo governo.
“Não podemos admitir que a Petrobras tenha como único e exclusivo objetivo obter lucros exorbitantes para distribuir aos seus acionistas. Queremos que ela tenha muito lucro, queremos que ela seja altamente competitiva. Não apenas queremos, vamos trabalhar para isso. Até porque, quanto maior e mais competitiva ela for, mais recursos teremos para aplicar, gerar emprego, renda e crescimento”, afirmou Silveira.
De acordo com o ministro, o governo federal não interfere nas empresas de economia mista, mas não pode abrir mão de seu papel de fiscalização.
“O que não podemos é deixar de fiscalizar, por exemplo, o que a diretoria da Petrobras está fazendo do ponto de vista do cumprimento do seu plano de investimento, aprovado pelo Conselho de Administração”, disse.
Para Silveira, “o grande objetivo do governo do presidente Lula é cuidar das pessoas”, e isso deve ser levado em consideração pela empresa.
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Ainda nesta semana, Rui Costa elogiou Prates ao dizer que a Petrobras “tem feito um bom trabalho”. No entanto, ele negou que a retenção dos dividendos extraordinários seja uma interferência do governo federal. A declaração também foi dada à GloboNews.
“Havia um parecer técnico dizendo que, naquele momento, seria um excesso de apetite ao risco a distribuição dos dividendos extraordinários, o que indicava prudência, um cuidado maior”, disse o ministro.
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