O BTG (BPAC11), maior banco de investimentos da América Latina, afirma que a reforma tributária pode significar dividendos extraordinários à frente.
Em relatório encaminhado ao mercado, a instituição afirma que com a reforma tributária possivelmente levando mais tempo do que inicialmente esperado para ser implementada, o governo pode optar por acelerar a legislação sobre a tributação de dividendos e acabar com os pagamentos de juros sobre o capital próprio (JCP).
“Para identificar quais empresas poderiam pagar dividendos extraordinários significativos, analisamos os lucros acumulados, que representam o máximo que poderiam distribuir. Ao todo, com um aumento da alavancagem de 1,5x para 2,1x dívida líquida/EBITDA 23E, as ~120 empresas que analisamos teriam capacidade de distribuir R$ 508 bilhões em dividendos extraordinários, levando a um dividend yield de 18%. Os setores com potenciais dividendos acima de 20% incluem: Papel e Celulose, Serviços Públicos, Propriedades, Habitação, Metais e Mineração e Petróleo e Gás”, destacou.
E disse mais: “em termos de empresa, o dividend yield médio extraordinário dos 20 principais pagadores em potencial está acima de 50%. No entanto, muitos desses players precisariam aumentar a alavancagem para (o que acreditamos ser) níveis insustentáveis, o que obviamente restringiria sua capacidade de aumentar a remuneração dos acionistas. Os covenants de dívida também podem limitar a distribuição de dividendos.”
BTG (BPAC11): reforma tributária
O relatório do BTG ressalta, também, que os setores com mais empresas entre os 20 maiores potenciais pagadores de dividendos são Serviços Públicos, Imobiliário, Metais e Mineração e Bens de Capital.
“No setor de Utilities, Sanepar, CTEEP, Copasa e Eletrobras destacam-se como potenciais candidatos a dividendos extraordinários significativos devido à sua alavancagem relativamente baixa em termos de covenants. No Real Estate, Cyrela e Eztec nos chamaram a atenção. Em Metais & Mineração, destacamos a Usiminas e a Gerdau como potenciais fortes pagadores de dividendos. Em Bens de Capital, Randon e Marcopolo também se destacam. Por fim, Petrobras, TIM e SLC também merecem destaque”, informou.
E complementou: “para empresas que não têm lucros acumulados significativos em seus balanços, um mecanismo potencial para aumentar o retorno dos acionistas é uma redução de capital. Um exemplo notável dessa estratégia é a Vivo. Com lucros retidos limitados em seu balanço, os dividendos futuros da Vivo dependem apenas dos lucros reportados nos próximos trimestres, o que pode ser pressionado pela consolidação da Oi. Para resolver esse problema, a empresa anunciou uma redução de capital de R$ 5 bilhões em fevereiro para ser distribuído aos acionistas ao longo dos próximos anos.”
O que é a reforma?
Vale lembrar que a reforma tributária é a proposta do Governo Federal para simplificar o sistema tributário brasileiro extinguindo tributos como o PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por um Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).
Ela busca modernizar a arrecadação de tributos e impostos para favorecer a competitividade das empresas, e a principal mudança da primeira fase da reforma tributária é o rearranjo dos impostos pagos atualmente por meio da simplificação: a unificação do PIS (Programa de Integração Social) e do Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), em um tributo de valor agregado, o CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).
A proposta do CBS é substituir PIS/Pasep sobre a folha, PIS/PASEP sobre importação, PIS/PASEP sobre receitas, Cofins sobre importação e Cofins sobre receitas em um único imposto. Essa proposta é limitada aos tributos federais sobre consumo. Os impostos municipais e estaduais sobre consumo e serviços (o ISS e o ICMS) não estão incluídos.
Com isso, o governo espera acabar com as cobranças diferenciadas para vários setores, possibilitando um ambiente de negócios mais favorável e eficiente para a economia brasileira. Isso facilita a tributação de bens e serviços para as empresas e resulta em transparência.
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