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Inflação: IPCA-15 mantém aceleração, puxada por transportes, e chega a 1,75%

Inflação: IPCA-15 mantém aceleração, puxada por transportes, e chega a 1,75%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril foi de 1,73%. O índice ficou bem acima do 0,95% registrado em março, mostrando que a pressão da inflação segue forre no cenário nacional. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo IBGE. O índice é considerado uma prévia da inflação oficial do país.

Essa foi a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior variação para um mês de abril desde 1995, quando o índice foi de 1,95%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,31% e, nos últimos 12 meses, de 12,03%.

Apesar do índice recorde, a variação ficou abaixo do esperado – o mercado previa o índice em torno e 1,85% (veja abaixo na avaliação dos analistas do Time Macro & Estratégiado BTG Pactual)

Como é o cálculo da inflação pelo IPCA-15

O IPCA-15 registrou a variação de preços coletados até o dia 13 de abril em relação à coleta realizada até 16 de março, data do fechamento da parcial anterior. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

Maioria dos grupos segue em alta

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em abril. A maior variação (3,43%) e o maior impacto (0,74 p.p.) vieram dos Transportes, que aceleraram em relação a março (0,68%). Veja todos os índices no quadro abaixo:

Tabela mostra separação do IPCA-15, que mostrou avanço da inflação na primeira quineza de abril

O resultado dos item Transportes foi influenciado, principalmente, pelo aumento no preço dos combustíveis (7,54%). A gasolina teve alta de 7,51% e contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 p.p.). Além disso, houve altas nos preços do óleo diesel (13,11%), etanol (6,60%) e gás veicular (2,28%).

Em 11 de março, o preço médio da gasolina da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 18,77% e o do óleo diesel, em 24,93%. O impacto acabou sendo espalhado pelo mês restante.

Outros destaques foram as passagens aéreas (9,43%), que haviam recuado em março (-7,55%), e o seguro voluntário de veículo (3,03%), cujos preços subiram pelo 8º mês consecutivo, acumulando alta de 23,46% nos últimos 12 meses.

Transportes coletivos também impactaram

Ainda em Transportes, a alta nos táxis (4,36%) decorre dos reajustes de 41,51% em São Paulo (17,77%), vigente desde 2 de abril, e de 14,10% em Fortaleza (1,02%), a partir de 12 de abril.

No Rio de Janeiro, o preço da passagem de metrô subiu 12,07% no dia 2 de abril, resultando em uma alta de 5,17% na área e de 1,66% no agregado nacional do subitem. Também houve reajustes nas passagens de ônibus urbano (0,75%) em Curitiba (10,44%), com reajuste de 22,23%, válido desde 1º de março; Belém (6,67%) com alta de 11,11%, a partir de 28 de março; e Recife (0,24%) reajuste de 9,33%, em vigor desde 13 de fevereiro.

Consumo no domicílio fica mais caro

A segunda maior variação entre os grupos pesquisados veio de Alimentação e bebidas (2,25%), puxada pela alta dos alimentos para consumo no domicílio (3,00%). Destacam-se, especialmente, o tomate (26,17%) e o leite longa vida (12,21%), que contribuíram conjuntamente com 0,16 p.p. no resultado do mês.

Outros produtos importantes na cesta de consumo dos brasileiros, como a cenoura (15,02%), o óleo de soja (11,47%), a batata-inglesa (9,86%) e o pão francês (4,36%) também tiveram altas expressivas.

A alimentação fora do domicílio (0,28%) desacelerou em relação a março (0,52%). Enquanto a refeição passou de 0,25% em março para 0,45% em abril, o lanche seguiu movimento inverso, passando de 0,92% para 0,07%.

Gás de cozinha com impacto na inflação

Em Habitação (1,73%), a maior variação (8,09%) e o maior impacto (0,11 p.p.) vieram do gás de botijão, na esteira do reajuste de 16,06% no preço médio de venda do GLP para as distribuidoras aplicado a partir de 11 de março.

Também houve alta do gás encanado (3,31%), consequência dos reajustes de 7,72% no Rio de Janeiro (7,47%), em vigor desde 16 de março, e de 25,90% em Curitiba (8,82%), aplicado a partir de 25 de fevereiro.

A segunda maior contribuição no grupo (0,09 p.p.) veio da energia elétrica (1,92%), com variações que foram desde -1,05% no Recife até 11,25% no Rio de Janeiro, onde houve reajustes de 15,58% e 17,30% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março.

Outros itens

Em Vestuário (1,97%), houve altas em todos os itens pesquisados, inclusive nas joias e bijuterias (0,61%), cujos preços haviam caído em março (-0,53%). A maior contribuição veio das roupas femininas, com alta de 2,70% e 0,03 p.p. de impacto no IPCA-15 de abril.

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,47%), o maior impacto (0,10 p.p.) veio dos produtos farmacêuticos (3,37%), após a autorização do reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, a partir de 1º de abril. A desaceleração do grupo na comparação com o mês anterior (1,30%) deve-se, sobretudo, aos itens de higiene pessoal (-0,87%), que haviam tido alta de 3,98% em março.

Inflação em alta em todo o país

Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em abril. A maior variação foi em Curitiba (2,23%), influenciada pela alta de 10,25% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Salvador (0,97%), onde houve queda de 1,46% nos artigos de higiene pessoal e de 8,14% nas passagens aéreas.

Avaliação dos analistas do Time Macro & Estratégiado BTG Pactual)

Para analistas do Time Macro & Estratégiado BTG Pactual), o índice, embora menor do que o esperado pelo mercado, reforça um cenário de composição de preços desfavorável, com a inflação elevada e generalizada:

Espera-se para o IPCA registrado no fim do mês uma redução da pressão vinda de combustíveis, considerando que o repasse dos preços perdeu ímpeto no mês, e a desaceleração no segmento de Energia Elétrica, decorrente da mudança da bandeira de energia.

Vale ressaltar que, a despeito de possível desaceleração, o índice deve seguir em patamar elevado, ainda pressionado por efeitos remanescente do reajuste nos combustíveis, alimentos no domicílio e um repasse mais alto em medicamentos.

No cenário monetário, o banco entende que, diante da manutenção do diagnóstico desfavorável da inflação, da forte volatilidade nos preços das commodities, da depreciação do câmbio e das expectativas de uma política monetária mais contracionista nos EUA, o Copom pode deixar o cenário em aberto para dar continuidade ao ciclo de elevação na reunião de junho.

O objetivo inicial era de elevação dos juros em maio em um ponto percentual, para 12,75% ao ano, e o encerramento do ciclo de alta. Mas o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já admitiu uma possível “correção de rota”, entendida pelo mercado como essa possível continuidade.

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