O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 3,3 pontos em novembro, para 97,0 pontos. Em médias móveis trimestrais o indicador recuou pela segunda vez consecutiva, na comparação com o mês anterior. E agora atinge 1,8 ponto. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com o Ibre/FGV, a queda da confiança dos empresários foi motivada por avaliações menos favoráveis nas duas dimensões temporais da pesquisa. Com destaque para a piora das expectativas em relação aos próximos meses.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 2,5 pontos, para 97,0 pontos. E o Índice de Expectativas (IE-E) caiu 4,5 pontos, para 95,8 pontos. Esta é a primeira vez, desde março, que o ISA-E supera o IE-E.
ICE: retração confirma tendência de declínio
Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do Ibre/FGV, avalia que com a queda de novembro, a confiança empresarial confirma a tendência declinante. Algo que começou a ser ensaiado em setembro e posta em dúvida após a ligeira alta de outubro.
“Destaca-se no resultado a queda expressiva do Índice de Expectativas, a maior desde março deste ano quando era grande o medo do impacto da segunda onda de covid-19 sobre a economia. Desta vez, a preocupação maior é a própria economia, em fase de desaceleração sob influência da inflação elevada e do aperto monetário que vem sendo conduzido pelo Banco Central para contê-la”, avalia ele.
Confiança cai em todos os setores
A confiança de todos os grandes setores que integram o índice recuou em novembro. A maior queda ocorreu no Comércio, seguida pela Indústria e Serviços. Com a queda superior a seis pontos, o índice comercial se distancia em 12 pontos do nível de neutralidade (100 pontos). Assim como nos três meses anteriores, a confiança da Construção andou de lado em novembro.
Difusão da Confiança
A confiança empresarial subiu em apenas 22% dos 49 segmentos integrantes do índice em novembro, uma queda da disseminação frente aos 49% do mês passado. Em todos os setores, a maioria dos segmentos registrou queda, com destaque para o setor de Serviços, em que a confiança recuou em 12 dos 13 segmentos.