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Guerra entre Ucrânia e Rússia cria cenário de incertezas no mercado agrícola global e produz oscilações nos preços das commodities

Guerra entre Ucrânia e Rússia cria cenário de incertezas no mercado agrícola global e produz oscilações nos preços das commodities

A guerra entre Rússia e Ucrânia produziu um cenário de grandes incertezas sobre oferta e demanda globais no mercado agrícola, segundo uma nota divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

O resultado desse cenário foi um quadro de fortes oscilações nos preços internacionais das principais commodities.

Segundo a nota, a Rússia, maior exportador de trigo do mundo e maior produtora mundial de petróleo e gás, e a Ucrânia, um dos principais fornecedores globais de milho e óleo de girassol, sofreram fortes disrupções em suas produções, o que, por sua vez, gerou efeitos em cascata nas cadeias de produção globais,  afetando principalmente o mercado internacional de insumos agrícolas.

Um dos efeitos foi a alta nos preços de grãos e oleaginosas em geral, puxada principalmente pelo trigo e pelo óleo de soja.

Sobre esse quadro, segundo a nota, o mercado global de insumos agrícolas também sofre com problemas climáticos que afetaram as safras de grãos da América do Sul, principalmente no Brasil, na Argentina e no Paraguai.

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Com isso, a alta dos insumos exportados pela Rússia somou-se ao choque negativo de oferta, o que elevou os custos de produção.

A nota aponta ainda que as sanções sobre a Rússia e os efeitos climáticos na América do Sul podem levar o mercado mundial de commodities agropecuárias a vivenciar, nos próximos meses, novas altas, as quais acabariam impactando os preços domésticos.

Nicole Rennó, pesquisadora da área de Macroeconomia do Cepea, indica que “os preços agropecuários se mantiveram em patamares expressivamente elevados no primeiro trimestre de 2022, um reflexo das sucessivas altas verificadas em 2020, com a situação agravada recentemente pela guerra entre Rússia e Ucrânia”.

Segundo ela, o cenário para os próximos meses é de grande indefinição e, possivelmente, de manutenção dos patamares elevados nos preços das commodities.

Trigo

O cereal mais afetado pela guerra foi o trigo. Na safra 2020-2021, a Rússia representou 19,3% das exportações mundiais de trigo, ficando atrás apenas da China, país que tem sua produção voltada principalmente para atender o mercado doméstico.

A Ucrânia também é uma importante exportadora de trigo, sua participação representa, aproximadamente, 10% das exportações mundiais desse produto.

Esse quadro levou o trigo a romper máximas históricas em março, chegando a apresentar cotações 76% acima da média do mês anterior, fevereiro de 2022, antes do início da guerra.

Soja e Arroz

Segundo Allan Silveira, superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab, “o primeiro trimestre de 2022 foi importante para a definição da produção de soja e arroz. Para as duas culturas houve uma redução das estimativas de produção em relação às estimativas de dezembro. Esse fato contribuiu para o aumento da instabilidade dos preços nos mercados de arroz e soja, dada a redução dos estoques finais esperados para as duas culturas”.

Para Silveira, um dado positivo foi o aumento de 7% na área de milho de segunda safra no Brasil em relação à safra de 2020-2021.

Esse aumento é muito importante se considerarmos que há muita incerteza sobre a capacidade real de oferta de milho ucraniano na próxima safra.

Carne Suína

Depois das vendas abaixo do esperado no último trimestre de 2021, a carne suína, no primeiro trimestre de 2020, em razão dos estoques elevados, contribuiu para a queda nos preços domésticos.

Já a carne bovina, afetada pela baixa oferta de animais para abate e o desempenho recorde das exportações desse produto, principalmente para o mercado chinês, sofreu uma alta nos preços domésticos. Como a demanda internacional dessa proteína segue aquecida, a tendência é de que a alta nos preços domésticos se mantenha.

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