A Selic foi mantida em 13,75% na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de quarta-feira (7) pela terceira vez.
E deve permanecer neste mesmo patamar, pelo menos até meados de 2023, quando, então, ela deve iniciar um ciclo de queda, podendo chegar a dezembro do ano que vem, como aponta boa parte do mercado, em algo perto de 10% a 12% ao ano.
A EQI Asset, por exemplo, projeta Selic a 10,50% em 2023. Já o Boletim Focus (levantamento do Banco Central junto às principais instituições financeiras), vê Selic a 11,50% até dezembro de 2023.
Sendo ativos de renda variável, os fundos imobiliários são impactados negativamente por Selic em alta. No entanto, a última decisão do Copom trouxe pouco impacto para esses ativos, já que ela era amplamente aguardada pelo mercado.
Mas será que é hora de investir em fundos imobiliários, com a Selic estacionada em 13,75%?
A resposta depende do perfil de investidor e do objetivo que se tem com o investimento. Isso porque a expectativa de queda dos juros mais adiante abre possibilidades para quem quer montar uma boa carteira de investimentos, mirando no médio e longo prazo.
Esta é a visão de Felipe Paletta, analista da Monett. Para ele, o posicionamento do Copom, mantendo a taxa básica de juros e sinalizando atenção adicional ao risco fiscal, aponta que, sim, o cenário político é delicado, mas que, apesar de todo ruído, os indicadores econômicos estão sob controle e vêm sendo acompanhados de perto pelo Banco Central. Com isso, acredita Paletta, a Selic tende mesmo a cair no próximo ano.
“O cenário já está muito melhor hoje do que há 15 dias, por exemplo”, ele afirma, referindo-se às indefinições políticas e fiscais, graças ao encaminhamento que foi dado à PEC da Transição – que foi aprovada em dois turnos no Senado, prevendo R$ 145 bilhões para custear Bolsa Família e possíveis outros programas sociais fora do teto de gastos por dois anos, em versão “desidratada” da proposta inicial (de R$ 198 bi por quatro anos).
Com isso, o investimento em fundos imobiliários segue interessante. “Os FIIs sempre capturam de forma lenta esses eventos (políticos), demorando para reagir”, ele explica. Por conta disso, ainda dá tempo de se buscar bons ativos com preços descontados.
“Vale a pena você olhar com bons olhos, especialmente para os fundos imobiliários de tijolo, que sofreram muito nos últimos 15 dias. Mas é uma questão de ter paciência e pensar realmente a médio e longo prazo, para compor uma carteira com bons ativos que estão sendo negociados a preços descontados”, ele recomenda.
Paletta explica que não será preciso um crescimento muito forte da atividade econômica no Brasil para que os FIIs voltem a se valorizar. Um cenário de estabilização ou de queda na taxa de juros nos próximos meses já será suficiente.
Ouça áudio na íntegra:
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E se a Selic voltar a subir?
A avaliação da maior parte dos analistas, hoje, é de que a taxa Selic tende mesmo a cair no segundo semestre de 2023. No entanto, algumas poucas casas seguem mais pessimistas.
Caso estas estejam corretas e a Selic volte a subir, para conter uma inflação mais alta devido a escolhas políticas ruins, daí, então, o momento será desfavorável aos FIIs.
“Caso haja uma alta inflacionária além do previsto, o Copom, pode sim, subir novamente a Selic”, explica Carolina Borges, analista da EQI Research.
“Agora, temos que olhar para a inflação e olhar também para as decisões políticas e econômicas que serão tomadas no próximo ano para que a gente consiga ter uma visualização se será necessário ou não subir mais os juros. Porque a gente sabe: se a Selic sobe, os fundos imobiliários reagem negativamente ao movimento”, finaliza.
Confira áudio na íntegra:
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