O aumento das expectativas para o crescimento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação no Brasil, e da taxa Selic favorece os Fundos Imobiliários (FIIs) de papel com risco de crédito baixo a moderado.
Essa é a análise de Carolina Borges, especialista em FIIs da EQI Research, no relatório sobre FIIs de Recebíveis da casa de análises.
FIIs de Recebíveis: qual é o cenário macroeconômico atual?
Antes de apresentar as recomendações para o mês vigente, Borges destaca a importância de contextualizar o atual cenário macroeconômico brasileiro.
Em julho, o IPCA acelerou para 0,38%, superando os 0,21% registrados no mês anterior. Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses subiu de 4,23% para 4,50%.
Além disso, o mercado elevou, pela quinta semana consecutiva, a expectativa do IPCA para o final de 2024, agora estimada em 4,22%, conforme o Boletim Focus desta semana.
O Focus também aumentou a expectativa da Selic para o final de 2025, prevendo uma taxa de 10%.
“Esse cenário favorece o carrego dos FIIs de papel com risco de crédito baixo a moderado, de forma que exigimos um prêmio de risco superior para FIIs com características mais arrojadas“, avalia Borges.
A analista ressalta que a preferência da EQI Research recai sobre FIIs atrelados ao IPCA ou com indexação mista na carteira, com o objetivo de capturar picos inflacionários, manter o poder de compra real e aproveitar o bom carrego em CDI.
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Recomendações
Nesse cenário, Borges apresenta quatro recomendações para o mês: CLIN11, HREC11, KNSC11 e VCJR11.
Segundo a analista, esses FIIs possuem equipes de gestão competentes, perfil de risco moderado e taxas de remuneração adequadas.
“Além desses fatores, esses FIIs estão sendo negociados com desconto em relação ao valor patrimonial (VP). Embora não sejamos extremamente rigorosos nessa questão (algumas características, como a gestão, podem justificar a negociação com ágio consistente), o desconto frente ao VP potencializa o retorno em proventos para o investidor“, comenta.
Borges também destaca o elevado nível de caixa de alguns FIIs de papel. Embora esses FIIs estejam atualmente carregando ativos de liquidez favorável, a recente janela de emissões possibilitou a capitalização de vários deles, que agora estão em fase de alocação de recursos.
“Com o fechamento dos spreads, entendemos que a alocação se torna mais desafiadora no sentido de manter o atual nível de risco da carteira sem reduzir a remuneração. As originações internas podem ser uma solução favorável, mas, em alguns casos, também demandam mais tempo“, conclui a especialista em FIIs.
Confira o relatório completo clicando aqui.
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