Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Fomc: ata sugere elevação de taxas já a partir de março

Fomc: ata sugere elevação de taxas já a partir de março

O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) divulgou nesta quarta-feira (16) a ata do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês, formado por dirigentes da instituição).

A ata sugeriu que a autoridade monetária pode começar a elevar as taxas de juros e promover uma redução do balanço. O Fomc decidiu após a reunião de dois dias que não aumentaria as taxas de juros ainda. Mas indicou fortemente que uma alta pode estar a caminho já para março, segundo reportado pela CNBC.

Março também é o mês em que o programa de compra de ativos está programado para terminar. Embora alguns membros do Fed esperassem uma conclusão mais rápida. Em vez disso, o comitê estabeleceu um caminho no qual serão comprados US$ 20 bilhões em Tesouros no próximo mês e quase US$ 30 bilhões em títulos lastreados em hipotecas.

De acordo com matéria da CNBC, juntamente com a elevação das taxas, a autoridade monetária norte-americana expressou sua preocupação com a estabilidade financeira e com o andamento da pandemia da covid-19.

O Fed considerou que a política monetária atual poderia estar representando um risco. Além disso, foram estabelecidos procedimentos para efetuar uma redução do balanço, de quase US$ 9 trilhões. Este montante se refere, em grande parte, a títulos adquiridos em um esforço para reduzir as taxas e estimular o crescimento.

Publicidade
Publicidade

O BTG Pactual (BPAC11), no entanto, considera que a ata está um pouco defasada por se tratar de 26 de janeiro e sem uma janela de surpresas de indicadores (payroll, CPI, PPI, vendas no varejo e produção industrial).

“Segue empatada a probabilidade de alta de juros em 6 ou 7 reuniões no ano e perdeu a probabilidade de 50 bps em março (de 54% para 44%)”, informa trecho da análise do time de Macro & Research.

Redução do balanço poderá começar após o início do ciclo de alta

O documento do Fed mostrou também que a redução do balanço pode ocorrer após o início do ciclo de alta das taxas de juros. Porém, o tempo e o ritmo dessa diminuição será determinado nas próximas reuniões.

O Fed considerou ainda que as condições financeiras permanecem acomodadas. E desequilíbrios de oferta e demanda, além da reabertura da economia, seguem provocando alta na inflação.

Desde a reunião, novas leituras de inflação mostraram os preços subindo no ritmo mais rápido dos últimos 40 anos. O Fed projeta a inflação em torno de 2%, e as autoridades admitiram que a política monetária precisa de mais aperto para baixar os preços.

Fomc: entenda como são as reuniões

Nos últimos tempos, a expectativa de subida de juros nos Estados Unidos e o tapering (retirada de estímulos financeiros) tem preocupado os mercados no mundo todo.

Por isso, há sempre muita expectativa em relação às reuniões do FOMC – o Federal Open Market Committee – o Copom norte-americano.

Assim como o Comitê de Política Monetária brasileiro, o FOMC atua como um braço direito do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Isso porque ambos deliberam sobre política monetária, que envolve também a definição da taxa de juros do país.

A seguir, saiba mais sobre a estrutura e o funcionamento do Federal Open Market Committee.

O que faz o FOMC?

Esse comitê é considerado o órgão mais importante do Fed. Isso porque é ele que delibera sobre a política monetária e taxas de juros da economia norte-americana.

Da mesma forma que o COPOM, o FOMC possui oito reuniões anuais regulares. No entanto, podem ocorrer tantos encontros quantos forem necessários, a depender do momento e das demandas da economia.

A principal função do FOMC é definir a taxa de juros norte-americana de curto prazo. Ao todo, o comitê possui 12 membros votantes, que são o presidente do Fed, sete membros do Conselho de Governadores e quatro dos onze presidentes dos demais Reserve Banks, todos com mandatos rotativos.

Funcionamento das reuniões

As reuniões do FOMC são restritas aos seus participantes. Por causa dessa confidencialidade, acabam gerando muita expectativa e especulação no mercado norte-americano e, também, no resto do mundo.

Durante essas reuniões, os membros debatem sobre perspectivas da economia, tanto no mercado local quanto global. Para tomar as decisões, são avaliados diversos fatores, como níveis de emprego e produção, perspectivas de inflação, tendências de preços e salários, políticas fiscais, câmbio e outros aspectos macroeconômicos.

Após o compartilhamento de opiniões, feitas por meio de apresentações orais, os membros votam sobre a política monetária a ser adotada. Normalmente, a publicação das atas do FOMC ocorre logo após a respectiva reunião. Nessas atas, constam os motivos pelos quais as decisões foram tomadas para embasar a política monetária do país. Da mesma forma que acontece nas reuniões do COPOM, o relatório do FOMC traz a taxa de juros que ficará vigente, pelo menos, até a próxima reunião do comitê.

E por que o mundo tem andado de olho no FOMC nos últimos tempos?

A inflação tem preocupado a Casa Branca e o Departamento do Tesouro, a ponto de já ter sido abandonado o discurso de alta transitória dos preços. Ou seja, a inflação está sendo para valer, persistente e não passageira, como se cogitava a princípio, julgando que seria um ajuste natural após o período mais crítico da pandemia.

Os EUA já deram início à retirada de estímulos à economia. Agora, o que todos querem saber é para onde vão os juros e a partir de quando começa o ciclo de alta.

A expectativa predominante é de 0,25 ponto porcentual em março, seguido de mais três ou quatro altas semelhantes até o final de 222.

Vale lembra que quando os juros de economias fortes como a norte-americana sobem, invariavelmente há uma migração de dinheiro para esses países. Isso por causa de seus fundamentos econômicos, que são mais fortes do que os de países como o Brasil. Consequentemente, moedas como a nossa acabam sofrendo depreciação, o que pode pressionar mais ainda a inflação.