O Festival de Música de Santa Cataria (Femusc) é um evento que reúne estudantes de mais de 40 países em Jaraguá do Sul, SC, sempre durante o mês de janeiro. É um evento realmente notável, realizado com grande apoio da comunidade e uma das razões pelas quais Jaraguá do Sul é uma cidade-exemplo para todo Brasil. O encerramento do festival é sempre um grande concerto, com a orquestra formada pelos estudantes, normalmente com um número clássico um pouco diferente do usual.
Neste 2023, o escolhido foi “O Pássaro de Fogo”, de Stravinsky, baseado no folclore russo. Originalmente composta para balé, a música é excepcional, mesmo como um concerto isolado.
Toda minha apreciação de música clássica vem dos desenhos do Pernalonga que eu assisti durante toda minha infância. E, apesar de conhecer a história do balé, durante o concerto eu só conseguia pensar em uma perseguição envolvendo Pernalonga, Patolino e Hortelino com aquela trilha sonora.
Isso é o que os psicólogos chamam de viés cognitivo. Nada mais é do que utilizar uma referência conhecida para enquadrar qualquer situação que pareça similar.
Tudo isso me veio à mente lendo os comentários deixados em alguns vídeos que nós da EQI/Research postamos nas redes sociais, promovendo uma planilha que auxilia as pessoas a comparar o investimento em imóveis e em fundos imobiliários.
E o problema aqui é que esses vieses cognitivos normalmente acabam levando as pessoas a tomar decisões que não sejam as que melhor atendam seus objetivos.
Mais do que ficar rindo durante um concerto clássico pensando no Pernalonga, as pessoas podem comprometer seu futuro financeiro!
Os vieses cognitivos observáveis são muitos, vamos listar os mais comuns e potencialmente mais perigosos para seu futuro como investidor.
Vieses Cognitivos: o viés da confirmação
A pessoa seleciona as informações de forma a confirmar crenças preexistentes, ao mesmo tempo em que ignora ou desconsidera qualquer coisa que as contradiga.
Por exemplo: afirmar que “imóveis nunca desvalorizam” é ignorar a realidade que o preço dos imóveis flutua o tempo todo, pois as condições do mercado também mudam o tempo todo.
Vieses Cognitivos: o viés da autoconfiança
Este é particularmente perigoso, pois estimula comportamentos arriscados sem o devido cuidado. Neste caso, a pessoa atribui eventos casuais positivos às suas próprias habilidades.
Um exemplo desse viés é afirmar “eu ganhei muito dinheiro comprando um apartamento na planta e revendendo depois de pronto”, sem considerar que ele teve sorte do imóvel ter ficado pronto quando os juros caíram.
Vieses Cognitivos: a aversão à perda
Aqui, a pessoa atribui um peso negativo desproporcionalmente maior para uma perda do que o prazer proporcionado por um ganho. Literalmente, um real não-perdido é melhor do que um real ganho para esta pessoa.
Este é um viés bastante comum em investimentos e é a base do comportamento excessivamente conservador de diversas pessoas que preferem, por exemplo, manter o dinheiro na caderneta de poupança ao invés de explorar alternativas mais rentáveis e com risco similar. Os resultados são oportunidades perdidas e objetivos não alcançados.
Por que fugir dos vieses cognitivos
A lista dos vieses cognitivos que podem prejudicar nossa trajetória como investidor é bem longa, estes são apenas alguns dos mais comuns.
Ainda que todos estejamos sujeitos a cair nessas armadilhas mentais, é importante conhecê-las e saber identificar as situações em que são mais comuns. Seu futuro agradece.
PS: Em tempo, se você quer conhecer a planilha Imóveis x Fundos Imobiliários, que te ajuda a comparar o investimento direto em imóveis com os fundos de investimento imobiliário, basta clicar no link.
Por Luís Moran, head da EQI Research.
