As ações da mineradora Vale (VALE3) atingiram sua máxima histórica na terça-feira (14) quando seus papeis alcançaram R$ 61,52.
A companhia cresce na esteira da China que foi a primeira a registrar o novo coronavírus.
Entretanto, o tigre asiático também foi o primeiro a vencer a pandemia e retomar as atividades.
O país de Xí Jìnpíng é um dos principais consumidores mundiais de minério de ferro e outros commodities produzidos pela Vale.
Movimento de recuperação
Analista de investimento na Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi explica que a China tem mostrado movimento de recuperação.
“Por conta disso, é esperado que o governo daquele país vá utilizar novamente o modelo de ampliar investimentos em infraestrutura”, disse.
E acrescentou: “se isso se confirmar, vai demandar maior volume de commodities, como no caso do minério de ferro.”
Além disso, segundo Galdi, está ocorrendo neste mês um grande volume de embarque de minério do Brasil tanto da Vale quanto da CSN e mineradoras menores.
Minério
Conforme o especialista, por conta deste fator o preço do minério de ferro ultrapassou a casa de 112 dólares a tonelada nos últimos dias.
“Seguindo a visão de que vai ampliar compras de minério de ferro no próximo mês, a expectativa é que o preço não deva sofrer pressão baixista no curto prazo”, ressaltou.
Vale lembrar, disse ele, que os produtos que a Vale vendem são dolarizados e com a moeda norte-americana no patamar atual, significa ampliação de receita em reais.
“Também ampliação de margens”, frisou.
Veja o desempenho da VALE3 na Bolsa:
Fonte: tradingview.
Vale: mercado otimista
De acordo com Galdi, o mercado segue otimista com a ação da Vale. “Inclusive, faz parte de nossas carteiras recomendadas aos clientes da Mirae Asset”, disse.
Além disso, frisou, a companhia possui excelente estrutura de capital, com baixo endividamento, mesmo com os fortes gastos que teve com o acidente de Brumadinho.
“A expectativa é que a empresa volte a distribuir dividendos no segundo semestre de 2020, e que será uma das grandes distribuidoras de nosso mercado acionário”, destacou.
Outro escritório de análises e investimentos, o BTG também reiterou recomendação de compra para Vale nesta quarta-feira (15).
Isso porque o banco afirma que existe espaço para que o papel se valorize ainda mais, mesmo após altas recentes.
As ações da mineradora Vale (VALE3) atingiram sua máxima histórica ontem.
A receita
Sobre a participação da China na receita da Vale, Galdi lembra que, atualmente, ela gira na faixa de 60% a 70% do faturamento.
“Assim, a China é muito importante para a Vale e para o Brasil, já que na balança comercial do país, o minério é um dos principais itens de sua formação”, disse.
Vale3: pagamento de dividendos
Diretor financeiro da Vale (VALE3), Luciano Siani disse que a companhia está apta a retomar o pagamento de dividendos.
Entretanto, por conta da pandemia da Covid-19 e seus efeitos na produção e comercialização do minério de ferro, não há previsão para que volte a pagá-los.
Ele participou de uma live dia 3 de julho, onde fez a explanação.
“A Vale tinha política de dividendos que prescrevia sempre em março e setembro. Portanto, setembro agora vai fazer dois anos que a empresa não distribui dividendos”, frisou.
E acrescentou: “dado o progresso nas indenizações de Brumadinho e na reparação ambiental em Minas Gerais, e havendo capacidade financeira para fazer frente a suas obrigações, não há mais impedimentos para retomar os pagamentos.”
Diretor financeiro da Vale (VALE3), Luciano Siani disse que a companhia está apta a retomar o pagamento de dividendos.
Vale3: justiça nega recurso
A Vale informou em comunicado nesta quarta-feira (15) que o desembargador Leite Praça, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), negou o pedido de efeito suspensivo ao agravo de instrumento interposto pela companhia contra apresentação de garantias no valor de R$ 7,9 bilhões.
A exigência, determinada em maio, visava assegurar eventual aplicação de sanção de multa ou perdimento de bens, direitos e valores em ação que apura eventual obstrução de fiscalização, por meio de seus funcionários, ao complexo da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho. A ação foi aberta pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Desta forma, a empresa tem até o dia 23 de julho para apresentar a garantia.
