A pandemia do coronavírus (Covid-19), fez o transporte marítimo sentir de frente as consequências do vírus. O setor teve muita dificuldade para movimentar mercadorias entre os países. O que despertou medo de uma possível escassez de produtos. Mas aos poucos a situação na China está se recuperando, segundo informações da Agence France-Presse.
Em um vídeo, publicado na quinta-feira (19) na página da organização, Kitack Lim, secretário geral da Organização Marítima Internacional (OMI), falou sobre o assunto: “Os centros fundamentais do transporte (marítimo) se veem afetados. Nestes tempos difíceis, a capacidade do setor para fornecer bens vitais, incluindo suprimentos médicos e alimentos, será fundamental para responder a esta pandemia. E, em última instância, superá-la”, explicou Lim.
O fornecimento de muitos produtos do nosso cotidiano se deve ao transporte feito pela marinha mercante. Sendo ela, um elo essencial para o funcionamento desse setor entre os países. Nas últimas semanas, clientes aterrorizados pela propagação do coronavírus foram aos supermercados em busca de produtos. Para ter estoque em casa, ao iniciar as medidas de quarentena contra a propagação do Covid-19.
Em uma carta, publicada nos jornais nacionais no domingo, as principais redes de supermercado do Reino Unido pediram: “Precisamos de sua ajuda. Pedimos que todo o mundo preste atenção na sua forma de comprar”. Na segunda-feira, foi anunciado que muitos supermercados iriam racionar a venda de certos produtos ao consumidor para não faltar.
Principal problema: atracar o navio de transporte
A principal dificuldade encontrada no transporte de mercadoria está no momento de atracar o navio. Guy Platten, secretário geral da Câmara Internacional de Navegação (ICS) explicou sobre a situação: “A situação é especialmente problemática quando se trata de atracar. Os navios às vezes são obrigados a esperar 14 dias”. De acordo com a OMI, vários portos estão fechados devido ao coronavírus.
Por isso, a ICS solicita o acesso para todos os portos do mundo para os navios de transporte de mercadorias. Além, das trocas de tripulação serem feitas de forma mais fáceis, em regiões em que estão mais complicadas pelo vírus.
A China, país em que o vírus surgiu, não contabilizou nenhuma nova contaminação desde quinta-feira. E aos poucos está mostrando uma recuperação. Uma porta-voz da transportadora francesa CMA-CGM comentou a respeito: “Após uma desaceleração de seis semanas, a atividade de exportação está voltando à normalidade com um aumento nos volumes e um provável efeito de recuperação para reabastecer os estoques”.
Segundo a porta-voz, desde o início de março os transportes que saíram da Ásia aumentaram em 50% por semana. É esperado uma recuperação de 100% até o final do mês.
