A Justiça catarinense decretou ontem (17) a falência da Pomi Frutas, empresa com sede em Fraiburgo e que estava em recuperação judicial desde 2018. A companhia ficou conhecida no mercado financeiro após abrir capital em 2005 levantando valores considerados abaixo da média.
Com dívidas superiores a R$ 30 milhões, foi a primeira a aderir ao Bovespa Mais, chamada popularmente de Mini IPO (Oferta Inicial de Ações), quando o pregão criou essa opção para atrair companhias menores. A Pomi levantou, à época, R$ 16 milhões.
Criada pelos empresários René e Arnoldo Frey, em 1962, era chamada Renar Maçãs e chegou a exportar nove mil toneladas em 2003 sendo esta, segundo a companhia, a maior em receita do país para a atividade.
Em fato relevante, a Pomi destacou que o veredito não é definitivo, sinalizando que pretende recorrer.
Transição
O controle da empresa sofreu influência em 2009. Naquele ano, a companhia juntou operações com a Pomifrai. Três anos depois começou a vender ativos de baixo retorno. Em 2015 houve transição do comando acionário, que passou às mãos do empresário Edgar Safdie.
O novo gestor e os acionistas compraram participação relevante na companhia. Foi quando a empresa passou a se chamar Pomi Frutas.
Grupamento de ações
Como medida para fortalecer as operações financeiras, a Pomi Frutas anunciou em maio do ano passado o grupamento de suas ações. A movimentação foi aprovada em assembleia e tinha os seguintes termos:
– As ações foram agrupadas na proporção de seis para um, de modo que as 12.006.636 ações ordinárias, nominativas, escriturais, sem valor nominal, transformaram-se em 2.001.106 ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal;
– Ficou estabelecido o prazo de 60 dias, à época, para que os acionistas, a seu livre e exclusivo critério, pudessem ajustar as posições de ações, por espécie, em lotes múltiplos de seis;
Agora, porém, com a falência, o cenário muda e os acionistas aguardam quais medidas a empresa pretende adotar para reverter o quadro.
