Dois dos principais institutos de pesquisa do Brasil, Datafolha e Locomotiva, divulgaram neste domingo (22) o sentimento dos cidadãos do País sobre o coronavírus.
De acordo com a Folha de S.Paulo, 74% dos entrevistados em todo o território nacional afirmaram ter medo de serem infectados pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Os números são ainda maiores entre os entrevistados ouvidos pelo Instituto Locomotiva, a pedido do Estadão Conteúdo.
Segundo essa segunda pesquisa, 86% dos brasileiros estão “muito preocupados” com a epidemia, enquanto 11% estão um pouco preocupados e 3% disseram não estar “nem um pouco” preocupados.
Medidas de confinamento
Os números do Datafolha e do Instituto Locomotiva também são similares quando o questionamento foi em relação às principais medidas de confinamento anunciadas pelos governos estaduais e pelo governo federal.
Os dados do Locomotiva indicaram que 96,5% dos entrevistados se posicionaram a favor do fechamento das escolas, enquanto no Datafolha o índice foi de 92% à mesma questão.
A quarentena temporária foi defendida por 73% dos entrevistados pelo Datafolha e 84% dos ouvidos pelo Instituto Locomotiva.
Segundo o Datafolha, 37% dos entrevistados já pararam de ir ao trabalho, 55% interromperam a ida às aulas, 76% interromperam atividades de lazer e 46% sequer saem às ruas durante a pandemia de coronavírus.
Confiança na contenção
As opiniões sobre o preparo do Brasil para conter a pandemia de coronavírus variaram de um instituto de pesquisa para outro.
Os números do Datafolha mostraram que, para 54% dos entrevistados, o Brasil está “um pouco preparado” para conter a pandemia, enquanto 34% acham que o País “não está pronto” e 10% mostraram total confiança na preparação.
Já os dados divulgados pelo Instituto Locomotiva apontaram que apenas 3 em cada 10 brasileiros consideram o Brasil preparado para conter a pandemia.
“Há alguns fatores que pesaram na pergunta sobre o Brasil estar ou não preparado para a pandemia. O principal era se o sistema público de saúde está preparado para receber os doentes. E a impressão geral é de que não”, explicou Renato Meirelles, presidente do Instituto, ao Estadão.
Segundo Meirelles, os entrevistados afirmaram que estão preocupados com o fato de o governo estar “batendo cabeça” em relação ao assunto. “A população acredita que outros países estão mais organizados para combater o coronavírus”, concluiu.
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