Mercado mundial tem dia negativo com ruídos da guerra comercial

Conflitando os rumores de que acordo da trade war ficará para 2020, assessor da Casa Branca negou atraso. No Brasil, Ibovespa ficou fechado por motivo de feriado em São Paulo.

Bolsa brasileira fechada

Mesmo com feriado os trabalhos continuaram em Brasília, com votação no STF e os trabalhos no congresso. No meio da manhã foi noticiado que os Senadores haviam fechado acordo com Moro para votar segunda instância hoje. No entanto, a CCJ do Senado adiou a votação do projeto.

No campos econômico, Campos Neto, presidente do BC brasileiro, falou em audiência na Comissão Mista do Orçamento. O principal assunto abordado é em relação ao comportamento do dólar, que está em patamares históricos, na casa dos R$ 4,20.

O presidente repetiu o que já havia dito no dia anterior, de que a alta do dólar não foi hedge (proteção), mas sim consequência da compra de empresas para remessas. Enfatizou que “o importante para nós é como o câmbio alimenta o canal de inflação”, deixando claro que se as expectativas forem afetadas “teremos de agir, mas com juros, não com intervenção no câmbio”. “O juro é usado por política monetária, o câmbio é flutuante”.

Com as falas, Campos Neto deixa claro que, a atuação do BC se dará por meio dos juros e não com venda de reservas, para controlar o câmbio caso afetar as expectativas inflacionárias. Contrariando a interpretação do mercado no dia anterior.

Os índices americanos que acompanham a bolsa brasileira nos EUA encerraram em baixa. O Ishares MSCI Brazil Capped (EWZ) fechou em queda de 0,10%, e o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR (BR20) encerrou em queda de 0,23%.

Já no final da tarde, Dias Toffoli, presidente do STF, encerrou o seu voto no caso da utilização de dados do antigo COAF. Toffoli defendeu limite para Receita compartilhar os dados com o MP. Após seu voto o julgamento foi encerrado e deve ser retomado amanhã.

Se prevalecer o seu entendimento entre a maioria dos ministros, o caso de Flávio Bolsonaro deve ser anulado.

Bolsas norte-americanas recuam em bloco

A aprovação no Senado americano ontem, por unanimidade, do projeto de lei que visa proteger os direito humanos em Hong Kong, colaborou para derrubar os mercados mundiais, que já amanheceram negativos repercutindo a notícia.

No campo da trade war, Trump declarou que continua a falar com a China, e que o país asiático quer fazer um acordo. Mais tarde surgiu a notícia de que o acordo entre os dois países pode ficar para 2020.

Em seguida, o porta-voz da Casa Branca negou atraso na assinatura da fase 1 do acordo. Judd Deere disse à Fox Business que as negociações comerciais continuam e estão sendo feito progressos.

Bastante aguardada na agenda, a ata do Fed confirmou o que era esperado pelo mercado, apontando a pausa do ciclo de quedas do juro, deixando em aberto entretanto, a possibilidade de alterar a estratégia se o entendimento econômico otimista se alterar.

Dow Jones 30 [-0,40%] | 27.821 pontos

S&P 500 [-0,40%] | 3.107 pontos

Nasdaq [-0,51%] | 8.526 pontos

VIX [-0,62%] | 12,78 pontos

Commodities

A cotação do petróleo disparou hoje, mesmo com o aumento dos estoques americanos divulgados pela DoE e as incertezas na guerra comercial. O movimento ocorre após o presidente da Rússia, Putin, dizer que o país continuará a cooperar com a Opep para manter o mercado do petróleo equilibrado.

Outro fator que contribuiu para a alta foi a queda de quase 2,3 milhões de barris no estoque do principal terminal petrolífero dos EUA.

Segundo o DoE dos EUA, os estoques de petróleo subiram 1,379 milhão de barris na semana passada, acima da alta de 1,1 milhão esperada.

A referência britânica do petróleo, o Brent para janeiro registrou ganho de 2,59% a US$ 62,49 o barril. A referência norte-americana, o WTI para janeiro teve alta de 3,14% a US$ 57,09 por barril. O spread entre os dois produtos ficou US$ 5,40 por barril

O ouro fechou em alta marginal de 0,03%, a US$ 1.474,75 a onça-troy.

Mercado europeu fecha majoritariamente em baixa

As incertezas comerciais atingiram as bolsas europeias, pressionando os índices para baixo, tendo a Itália como a única exceção com uma leve alta.

Os investidores acompanham de perto as complicações que podem surgir entre os EUA e a China diante dos ruídos recentes.

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Mercado mundial tem dia negativo com ruídos da guerra comercial e sinais de queda dos juros