A varejista Lojas Renner (LREN3) registrou um lucro líquido de R$ 513,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, representando uma alta de 16,7% em comparação ao desempenho do mesmo intervalo de 2018. No ano de 2019, o lucro somou R$ 1,099 bilhão, um incremento de 7,7%.
O lucro antes juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) total ajustado atingiu R$ 859,6 milhões, uma alta de 15,7%. A margem Ebitda total ajustada foi de 29,9%, alta de 1,3 ponto porcentual.
No ano passado, o Ebitda somou R$ 1,978 bilhão, incremento de 11,5%, com uma margem de 23,3% (-0,4 ponto porcentual).
Apenas a operação de varejo ajustada teve um Ebitda de R$ 760,2 milhões, uma alta de 14,5%. No ano, somou R$ 1,586 bilhão (+11,4%).
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 45,9 milhões, um aumento de 411%, “em razão, principalmente, do reconhecimento de R$ 33,2 milhões de despesa financeira de arrendamento, referente à adoção do IFRS 16”.
Operacional
A receita líquida das vendas de mercadorias somou R$ 2,873 bilhões, uma alta de 10,7%, enquanto no acumulado de 2019 totalizou R$ 8,474 bilhões (+13,2%).
As vendas no conceito mesmas lojas avançaram 6,2% no quarto trimestre do ano passado – no mesmo intervalo de 2018 o resultado apontou para uma alta de 12%.
No acumulado de 2019, as vendas no conceito mesmas lojas cresceram 8,7%, enquanto que em 2018 haviam crescido 7,4%.
O lucro bruto da operação de varejo somou R$ 1,666 bilhão, uma alta de 11,8%, gerando uma margem bruta de varejo de 58,0%, representando uma alta de 0,6 ponto porcentual.
As despesas operacionais – com vendas, gerais e administrativas – totalizaram R$ 759,7 milhões, queda de 3,6%.
Destaques
Entre os destaques operacionais, a companhia informou que manteve um “bom ritmo de vendas, com aceitação da coleção de alto verão”; “maior fluxo de clientes nas lojas”; e “adequada composição de estoques”.
Em termos de lucro bruto, que gerou uma alta de 0,6 ponto porcentual na margem, a varejista apontou uma “correta gestão comercial” e “boa qualidade dos estoques” para o resultado.
Segundo a empresa, a expansão da margem bruta gerou o seu “maior patamar histórico”, aliado com “manutenção de despesas operacionais”.
Por fim, a empresa destacou que a alta do lucro foi consequência do aumento do Ebitda de varejo, do crescimento do resultado de produtos financeiros e da menor alíquota efetiva de Imposto de Renda.
Investimentos
Em relação aos investimentos, a empresa ressaltou o início da construção do novo centro de distribuição em São Paulo, aportes em tecnologia e a inauguração de novas lojas.
No trimestre, a Renner abriu 20 lojas, totalizando 388 unidades em operação, incluindo 9 no Uruguai, 4 na Argentina e 8 da Ashua, com metragem total de 683,7 mil m².
A Youcom, por sua vez, inaugurou 1 loja, no trimestre, somando 101 unidades, com metragem de vendas de 16,7 mil m².
No acumulado do ano, foram abertas 52 lojas, das quais 34 Renner, 9 Camicado e 9 YoucomDas novas unidades, 17 são Renner, 1 Camicado, 5 youcom e 3 Ashua.
Os aportes somaram R$ 248,9 milhões no quarto trimestre, ante R$ 233,8 milhões de igual intervalo de 2018. No ano passado, foram investidos R$ 751,4 milhões, ante R$ 610,4 milhões em 2018.
E-Commerce
As vendas por meio da internet registraram aumento de 56,3%, “com performance superior à do setor de vestuário e calçados, conforme dados divulgados por empresa especializada.
“Esse desempenho evidencia o benefício de iniciativas já implementadas como o Retire em Loja que representou, em dezembro, 36% dos pedidos da plataforma online e as melhorias no aplicativo e de UX (user experience).”
Tá, e aí?
Em relatório a clientes, o Bradesco BBI avaliar que a Lojas Renner registrou fortes resultados no quarto trimestre, com uma boa performance de vendas no conceito mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), totais e expansão de margem.
De acordo com o analista Richard Cathcart, embora o crescimento SSS tenha desacelerado trimestralmente, ele foi impactado pela alta base de comparação.
Para o especialista, dessa forma, quando analisados os últimos dois anos, a tendência para SSS é de aceleração, como resultado da “forte execução das coleções”.
Cara ou barata?
O analista do Bradesco BBI reforça que a avaliação da Renner (~ 31x 2020 PE), que está bem acima da média histórica, seria justificada pelas baixas taxas de juros e pela expectativa de recuperação econômica esperada.
“A Renner continua sendo uma das empresas mais consistentes em nossa cobertura e esperamos que continue até 2020”, acrescentou.
Adicionalmente, Cathcart ressalta que as ações da empresa recuaram cerca de 10% desde o pico recente de janeiro, o que poderia abrir uma “bom oportunidade de compra”.
O preço-alvo da Renner projetado pelo Bradesco BBI é de R$ 65, representando um potencial de alta de 18% frente à cotação de R$ 55,22, da data deste relatório, que é 6 de fevereiro.