A possível fusão entre a brasileira Linx (LINX3) e a norte-americana Stone visa dar capilaridade e escalabilidade às empresas.
A afirmação partiu dos executivos da Linx na manhã desta quarta-feira (12) por conta da teleconferência de resultados.
“A Stone nasceu para meios de pagamento e evoluiu para outros serviços, então, tem escala absurdamente maior que a nossa”, disseram.
E complementaram: “por outro lado, também evoluíram para área de software, que é o nosso business, mas é uma aceleração muito grande”, afirmaram, expondo que neste segmento a Linx poderá alavancar os negócios da Stone.
“A gente vê muita sinergia [na possível fusão], e eles têm uma distribuição e capilaridade muito grande, e nós também. No final, haverá uma força de distribuição muito grande.”
CEO da Linx, Alberto Menache deixou claro que a fusão ainda depende dos órgãos reguladores, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
LINX3: exclusividade
De acordo com os executivos, foi assinado acordo de exclusividade com a Stone e isso significa que não haverá negociação com outras companhias.
“Por estar listada na bolsa de Nova Iorque, há um nível de governança muito alto”, frisaram.
Segundo Menache, a Linx conversou com inúmeras empresas ao longo dos últimos 15 anos, mas acabou optando pela Stone.
“Entendemos que a Stone era realmente a melhor em termos de cultura, sinergia e complementariedade. Além disso, ela fez uma proposta muito boa aos nossos acionistas”, disse.
Os gestores da Linx se dizem convictos de que a análise por parte dos órgãos reguladores irá levar meses.
Por conta disso, a Linx diz acreditar ter bastante tempo à frente para convocar a assembleia.
LINX3: valuation
A fusão compreende um prêmio de aproximadamente 40% sobre o preço médio do último período, logo acima do target price, conforme a maior parte dos analistas estimam.
“Ao longo dos anos, falamos com diversas companhias que nunca chegaram nem perto de fazer essa proposta para nós”, disseram os executivos para justificar o valuation da operação.
LINX3: a proposta
A Stone ofereceu à Linx R$ 6 bilhões para a fusão.
Quando anunciado, os papéis da Linx saltaram 31,50%, chegando a R$ 34,40.
O valor ofertado, de R$ 6,045 bilhões, seria 90% em dinheiro e 10% em ações.
No acordo, as partes concordaram que a integração das atividades será implementada por meio da incorporação da totalidade das ações de emissão da Linx pela Stone.
LINX3: incorporação
Após a aprovação da incorporação das ações, serão atribuídas aos acionistas da Linx novas ações preferenciais mandatoriamente resgatáveis classe A e classe B de emissão da Stone.
LINX3: lucro de R$ 12 mi no 2TRI20
A Linx registrou lucro líquido de R$ 12,01 milhões no segundo trimestre de 2020. No trimestre anterior, a companhia havia registrado prejuízo de R$ 6,8 milhões.
Já na comparação anual, a Linx avançou 175% sobre o segundo trimestre de 2019, com R$ 4,3 milhões de lucro.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 60,29 milhões, contra um Ebtida de R$ 47,9 milhões entre abril e junho de 2019.
TÁ, E AÍ?
O BTG Pactual posicionou o preço-alvo para a Linx em R$ 28 a ação, bem como colocou seu rating em Neutro.
As informações constam do relatório do banco de investimentos encaminhados ao mercado.
Para o BTG, a possível fusão entre Linx e Stone faz total sentido estratégico.
Isso porque, diz, ao adquirir a Linx, a Stone estabelecerá da noite para o dia um ponto de contato com 45,6% do setor de varejo do Brasil (participação de mercado da Linx em software de gestão de varejo).
A base de clientes da Linx é composta por 70 mil varejistas que a Stone pode usar para prestar serviços, além de adaptar e estender as soluções para sua própria base de clientes e distribuição de software de forma mais eficaz.
Resultados
De acordo com o BTG, os resultados do 2º trimestre foram fortes, mas podem ser menos relevantes neste ponto.
A receita recorrente da Linx cresceu 13% a.a., no segundo trimestre, atingindo R$ 213,1 milhões, 2,6% acima das expectativas do banco de investimentos.
Já a receita de serviço saiu de baixa para alta de 7,7% a.a., já que a empresa implementou mais e maiores projetos no trimestre, principalmente relacionadas às soluções OMS.
Veja LINX3 versus Ibov em seis meses: