A retomada da agenda de reformas e o compromisso com a disciplina e a transparência fiscais depois do fim da pandemia de Covid-19 ajudarão na recuperação da economia brasileira.
Foi o que disse nesta terça (13) o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ele entregou uma declaração do Brasil e de mais dez países ao Comitê Monetário e Financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI)
O comitê promove reunião virtual nesta semana, informa reportagem da Agência Brasil.
Agenda de reformas estruturais continuará em 2021, diz Guedes
Chamado de IMFC na sigla em inglês, o comitê é composto por 24 membros que definem as diretrizes do FMI.
Tradicionalmente, o FMI e o Banco Mundial reúnem-se em outubro em Washington.
O encontro está sendo realizado de forma virtual neste ano, por causa da pandemia.
De acordo com Guedes, a agenda de reformas estruturais continuará em 2021, à medida que a economia se recupere no país.
“O Brasil está adotando um novo modelo econômico com um estado menor, papel maior para o setor privado, um quadro fiscal sustentável, inflação e taxas de juros mais baixas”, destacou o documento.
Disciplina e transparência fiscais
Entre os pontos defendidos no texto estão, diz o ministro, o forte compromisso com a disciplina e transparência fiscais, a reforma tributária para aumentar a eficiência.
O documento mencionou também a desvinculação e descentralização de gastos, a realização de privatizações.
Além disso, destaca a desregulamentação, a eliminação do crédito subsidiado e a flexibilização do mercado de trabalho.
Reforçou ainda que o Brasil deu respostas mais amplas que outros países emergentes para enfrentar a pandemia de Covid-19.
O texto cita também o auxílio emergencial e as medidas de injeção de liquidez do Banco Central para sustentar a economia na fase mais aguda da pandemia no país.
Liquidez e flexibilização
“Isso foi necessário devido à magnitude do choque no Hemisfério Ocidental e à necessidade de agir rapidamente e sem hesitação para salvar a vida e o sustento de dezenas de milhões”, explica o documento.
“O Banco Central do Brasil atuou com agilidade em um conjunto de medidas voltadas para a liquidez e flexibilização das exigências de capital. Essas ações garantiram o bom funcionamento dos mercados de crédito”, ressaltou o texto.
Para Guedes, o auxílio emergencial evitou a migração de milhões de famílias para a pobreza e reduziu a desigualdade no Brasil.
No entanto, afirmou que o programa deverá passar por ajustes com a recuperação gradual da economia. “
É claro que, à medida que a crise diminui e a atividade econômica é retomada, um programa tão considerável e de longo alcance não pode continuar sem ajustes”, destacou.
O ministro disse que o governo trabalha em um novo programa social que transfira renda às famílias mais vulneráveis de forma “mais permanente” e sustentável.
Também citou as medidas de suspensão de contratos de trabalho e de redução de jornada com redução proporcional no salário como ações que impediram a eliminação de 12 milhões de postos de trabalho.
Guedes fala em “recuperação robusta”
Na avaliação do ministro, a economia brasileira terá “recuperação robusta” em 2021 após um recuo projetado de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Para Guedes, a retomada da produção e do consumo ocorrerá em total conformidade com a preservação do teto federal de gastos.
Para Guedes, a reativação da agenda de reformas e de diminuição do Estado é necessária para países como o Brasil, onde a sustentabilidade da dívida pública preocupa o governo e os investidores.
“Para esses países, o foco deve mudar para a melhoria da composição das despesas. Gastar com mais eficiência protegerá os mais vulneráveis e aumentará o crescimento potencial, contribuindo para uma recuperação econômica mais forte e duradoura”, informou o ministro no documento.
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*Com Agência Brasil