A Tecnisa informou nesta quinta-feira (27) que o fundo de investimento Bergamo, controlado pela concorrente Gafisa, ampliou sua participação no capital da companhia de 3,1% para 5,23%, representando 3.848.458 ações.
Perto das 11h, as ações GFSA3 caíam 1,33%, cotadas a R$ 5,19, e TCSA3 tinham queda de 5,47%, a R$ 12,09.
Em comunicado à Tecnisa, o Bergamo reafirmou que pretende exercer todos os direitos inerentes à propriedade das ações, inclusive em relação à convocação e voto em assembleias e alterações na gestão dos negócios da companhia.
A iniciativa é mais uma tacada da Gafisa em direção à fusão entre as duas companhias. Na semana passada, a Tecnisa informou que recebeu “proposta inesperada” da concorrente por uma combinação de negócios.
E na mesma comunicação a Gafisa, por meio do fundo Bergamo, pediu a convocação de assembleia geral de extraordinária para analisar a substituição dos dispositivos estatutários (poison pill) que coíbem a aquisição de participação relevante na empresa.
Controle acionário
O estatuto da Tecnisa prevê que o investidor que alcançar participação de 20% ou mais do capital precisará, em até 60 dias, fazer ou solicitar o registro de oferta pública de aquisição (OPA) a todos os acionistas. A Gafisa quer elevar esse valor para 30%, além de fazer um aumento de capital de até R$ 500 milhões e destituir o conselho de administração.
A Tecnisa, fundada por Meyer Nigri e controlada pela família, que tem cerca de 26% do capital, resiste à investida. De acordo com o Valor, um bloco de acionistas se organizou para votar contra a proposta. Juntos, os contrários à fusão, dentro e fora do bloco, chegam a 40% ou 45% de participação, segundo o jornal.
A companhia de Nigri convocou para 25 de setembro as AGEs, que devem deliberar sobre os temas. Se conseguir ao menos aprovar a mudança do “poison pill”, a Gafisa pode assumir o controle da companhia por meio de aquisição de ações no mercado sem precisar fazer a OPA.
Ao Valor, a Gafisa afirmou que a intenção é criar uma nova empresa “com liquidez e fortes índices patrimoniais em seu balanço”.
No comunicado à Tecnisa, o Bergamo também afirma que não possui debêntures nem outros valores mobiliários conversíveis em ações emitidas pela companhia ou instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações ou valores mobiliários da Tecnisa.
E acrescentou que não celebrou ou é parte de qualquer contrato ou acordo regulando o exercício do direito de voto no âmbito da companhia ou a compra e venda de valores mobiliários da Tecnisa.
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