Os Futuros de Nova York operam sem direção definida nesta quinta-feira (14) com feriadão às portas. Isso porque amanhã (15) boa parte das bolsas mundiais estará fechada por conta da Sexta-Feira Santa, feriado cristão que antecede a Páscoa (17).
Nos Estados Unidos (EUA), os preços de fornecedores subiram acentuadamente em março, conforme levantamento do Departamento do Trabalho, para quem o índice de preços ao produtor, que geralmente reflete as condições de oferta na economia, aumentou 1,4% com ajuste sazonal em relação ao mês anterior.
De igual modo, o comércio global foi atingido pela guerra na Ucrânia e pelos bloqueios na China. Acontece que com a inflação acelerada, bem como os demais eventos citados, o comércio internacional ficou prejudicado em março. Este é um claro sinal de que a economia global está entrando em uma fase difícil à medida que os formuladores de políticas lutam para sustentar o crescimento.
Entretanto, para o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, a economia norte-americana está forte e pode suportar custos de empréstimos mais altos. Em contraponto, o JPMorgan disse, em relatório, que “forças poderosas” ameaçam a economia. Por isso reservou fundos para se preparar para inadimplências mais altas em caso de recessão, e seu lucro no primeiro trimestre caiu 42%.
No Canadá o Banco do país aumentou as taxas de juros em meio ponto percentual, maior salto em décadas. As autoridades fazem uma revisão para cima em suas perspectivas de inflação substancial, dizendo que as taxas de juros precisam subir ainda mais, até que o índice de preços ao consumidor se aproxime de 2%.
Já os rendimentos de títulos dos EUA e da China convergem, revertendo um padrão de uma década. A vantagem de rendimento desaparecendo, dizem analistas, ocorre quando os investidores veem o Fed aumentando as taxas várias vezes para combater a inflação, enquanto o Banco Central da China deve aliviar gradualmente a política para apoiar sua economia em desaceleração.
Ontem a BlackRock divulgou alta em seus lucros na casa dos 20%. A maior gestora de ativos do mundo registrou lucro líquido de US$ 1,4 bilhão, ou US$ 9,35 por ação, no primeiro trimestre.
Às 6h55 o Dow Jones subia 0,04%, o S&P 500 caía 0,01%, e a Nasdaq subia 0,11%.
Na Europa, o DAX, da Alemanha, subia 0,01%, o FTSE 100, de Londres, caía 0,15%, e o CAC 40, da França, subia 0,31%. Já o FTSE MIB, da Itália, caía 0,07%, e o Stoxx600 caía 0,03%.
Na Ásia, o Nikkei, do Japão, subia 1,22%, o Shanghai, de Xangai, subia 1,22%, e o HSI, de Hong Kong, subia 0,67%. Já o ASX 200, da Austrália, subia 0,59%, e o Kospi, da Coréia do Sul, subia 0,01%.
Do lado das commodities, o petróleo tipo Brent caía 0,45%, cotado a US$ 108,29, e o tipo WTI caía 0,60%, cotado a US$ 103,62. Já o ouro caía 0,55%, cotado a US$ 1.973,70, e o minério subia 0,11%, cotado a US$ 141,47.
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O que tá rolando?
Os investidores estão ansiosos para ver como as empresas têm administrado as crescentes pressões inflacionárias, diz a CNBC, elencando que as ações do JP Morgan caíram mais de 3% ontem, depois que a empresa divulgou uma cobrança de US$ 902 milhões pela formação de reservas de crédito para perdas com empréstimos antecipadas, e US$ 524 milhões em perdas ligadas à turbulência ocasionada pelo conflito Rússia-Ucrânia.
Ainda assim, apesar do rali de quarta, todas as principais médias continuam no vermelho para a semana.
Na manhã desta quinta a Wells Fargo, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Citigroup divulgarão seus lucros do primeiro trimestre. Os investidores procurarão monitorar como os bancos enfrentaram os ventos contrários macro durante o trimestre. Particularmente, uma curva de juros achatada.
A experiência do JP Morgan pode não ser necessariamente um bom presságio para eles, mas ainda há bons sinais para seus rivais de Wall Street. As mesas de operações da empresa conseguiram tirar proveito dos mercados voláteis criados pelo conflito na Ucrânia: as operações de renda fixa e ações do banco registraram cerca de US$ 1,3 bilhão a mais em receita do que os analistas esperavam.
O JP Morgan também registrou um aumento na receita de juros com o crescimento dos empréstimos e o aumento das taxas, o que é um bom sinal para o rival Wells Fargo. Wells foi uma escolha de analistas este ano por sua sensibilidade acima da média a taxas crescentes.
Em dados econômicos, vendas no varejo, preços de importação e pedidos de auxílio-desemprego devem sair nas próximas horas de hoje.
Europa
Na Europa, a empresa de telecomunicações sueca Ericsson caiu 6% após alertar que provavelmente será multada pelos reguladores dos EUA por lidar com uma investigação de suborno no Iraque. A empresa também relatou uma queda nos lucros trimestrais após sua saída da Rússia.
O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, anunciará sua última decisão de política monetária às 12h45, horário de Londres. Os mercados ainda não esperam nenhuma mudança nas taxas de juros, mas aguardam amplamente que o Conselho do BCE adote um tom mais agressivo e estabeleça as bases para o aperto da política durante o verão, com a inflação da zona do euro atingindo um recorde.
Conforme analistas, a zona do euro enfrenta os mesmos desafios inflacionários que o Reino Unido e os EUA, com taxas muito atrás da taxa de inflação acelerada, mas as economias estão longe de estar prontas para lidar com aumentos significativos das taxas anti-inflacionárias.
Também ontem o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou mais US$ 800 milhões em armamento para a Ucrânia, após um telefonema de uma hora com o presidente do país, Volodymyr Zelensky.
Em relação à Covid-19, uma sexta vacina foi aprovada no Reino Unido, depois que o regulador de saúde do país deu luz verde à empresa francesa Valneva.
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Ásia
Na Ásia, o governo da China anunciou ontem que os cortes na taxa de compulsório serão usados no momento apropriado para aumentar a capacidade de entrada de crédito dos bancos.
Esse desenvolvimento ocorre quando a China vem lutando nas últimas semanas contra um surto de Covid mais grave no continente desde a fase inicial da pandemia no início de 2020.
Já as ações da Coréia do Sul e Cingapura lutaram por ganhos depois que o Banco Central de ambos os países anunciou hoje um aperto na política monetária.
O Banco da Coréia anunciou aumento de 25 pontos base em sua taxa básica para 1,5%, uma decisão prevista por menos da metade dos economistas em uma pesquisa da Reuters.
Brasil
No Brasil, o Grupo Cortel, que atua no setor de serviços funerários, levantou R$ 200 milhões com a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) para não deixar escapar a concessão de cemitérios na cidade de São Paulo, onde o número de óbitos chega a 60 mil ao ano. A informação é do Estadão.
Conforme o jornalão, assim como várias outras empresas que haviam se aproximado da ideia de se listar na B3, o Cortel desistiu de uma oferta em bolsa (IPO, na sigla em inglês) no fim do ano passado.
Ainda de acordo com o periódico, a oferta de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) da Havan foi tão bem-sucedida que teve o custo da operação reduzido. A demanda pelos CRIs da rede varejista de Luciano Hang superou os R$ 800 milhões e a Havan captou R$ 500 milhões pagando como remuneração um prêmio de 1,50% sobre o CDI.
A oferta foi lançada com taxa de até 1,70%. Os papéis, que têm isenção de Imposto de Renda, foram adquiridos majoritariamente por pessoas físicas de alta renda, mas alocações foram feitas também em tesourarias de bancos e entre gestoras.
Já a Folha de S.Paulo destaca que em uma assembleia confusa, o governo sofreu ontem dura derrota no processo de renovação do conselho de administração da Petrobras. Conseguiu incluir seu indicado para comandar a companhia no conselho, mas perdeu mais uma cadeira para os acionistas minoritários.
Poucas horas antes do encontro, o MME (Ministério de Minas e Energia) retirou da pauta do dia item que tratava de mudanças no estatuto da companhia com o objetivo de melhorar a governança, o que o mercado interpretou como mais uma tentativa de ingerência na empresa.
Ibovespa
O Ibovespa fechou a sessão do dia 13 em alta de 0,55%, aos 116.782 pontos, com volume financeiro de R$ 24,1 bilhões, conforme a equipe de Research do BTG Pactual.
De acordo com o banco de investimentos, o viés positivo do índice foi influenciado pela alta das ações da Petrobras, de grande participação na carteira, e cenário positivo no exterior, com queda do rendimento dos títulos públicos.
Petrobras ON (PETR3 +2,46%) e Petrobras PN (PETR4 +2,13%), em meio à alta de quase 4% do petróleo e em dia de assembleia de acionistas. Os papéis da Petrobras também passam a ser negociados como “ex-dividendos” a partir de amanhã. Ou seja, hoje é o último dia para ter direito ao dividendo de R$ 2,861 por ação.
Eletrobras PNB (ELET6 +3,81%) e Eletrobras ON (ELET3 +2,72%). Segundo o Valor, o relator do TCU, Aroldo Cedraz, decidiu levar o processo de privatização da Eletrobras ao plenário na sessão do próximo dia 20.
Entre as baixas, CVC Brasil ON (CVCB3 -2,81%) e Energias do Brasil (ENBR3 -2,53%).
Mercados de Nova York
- Dow Jones: +0,04%
- S&P: -0,01%
- Nasdaq: +0,11%
Mercados Europa
- DAX, Alemanha: +0,01%
- FTSE, Reino Unido: -0,15%
- CAC, França: +0,31%
- FTSE MIB, Itália: -0,07%
- Stoxx 600: -0,03%
Mercados Ásia
- Nikkei, Japão: +1,22%
- Xangai, China: +1,22%
- HSI, Hong Kong: +0,67%
- ASX 200, Austrália: +0,59%
- Kospi, Coreia: +0,01%
Petróleo
- Brent (dezembro 2021): US$ 108,29 (-0,45%)
- WTI (novembro 2021): US$ 103,62 (-0,60%)
Ouro
- Ouro futuro (dezembro 2021): US$ 1.973,70 (-0,55%)
Minério de ferro
- Bolsa de Dalian: US$ 141,47 (+0,11%)
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