O Índice de Preços ao Consumidor (IPC ou CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,6% em março, pouco acima da projeção de 0,5%. Na comparação com março do ano passado, a alta é de 2,6%. A expectativa da leitura anula era de 2,5%.
O núcleo do IPC, que exclui preços de alimentos e energia, avançou 0,3% no mês, ante 0,1% da leitura anterior e 0,2% aguardados pelo mercado. Na comparação com março de 2020, o avanço é de 1,6%.
Preços ao consumidor: comparação mês a mês

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Preços ao consumidor: comparação entre IPC e núcleo do IPC em 12 meses

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Considerado um resultado em linha com o aguardado, o indicador não deve exercer muita pressão sobre os juros.
O banco central americano (Fed) afirma que a inflação está sob controle e que uma alta já é aguardada com a retomada econômica. Mas que ela dispensa qualquer interferência na política monetária adotada – que promete juros zero até 2023. O mercado, no entanto, desconfia e aposta na subida dos juros mais cedo, para conter a inflação.
Amanhã (14), o presidente do Fed, Jerome Powell discursa em evento em Washington. A fala será acompanhada bem de perto pelos investidores, à espera de qualquer alteração de rumo.
BTG Pactual (BPAC11): resultado desafia discurso de Powell
Segundo relatório do BTG Pactual (BPAC11), a aceleração na margem nos preços ao consumidor é um reflexo dos impactos do pacote fiscal de incentivo à retomada da economia norte-americana.
Além disso, o forte ritmo de vacinação nos EUA está permitindo a flexibilização das medidas de restrição de mobilidade social, o que naturalmente estimula a demanda interna e adiciona alguma pressão sobre os preços.
“O dado incentiva o mercado a continuar desafiando a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que, apesar dos dados fortes de atividade nos últimos meses, a economia americana ainda está longe de sua recuperação completa”, dizem os analistas do banco.
Para eles, a proposta de pacote fiscal de infraestrutura pode ser impactada por números de atividade que demonstrem vigorosa retomada da economia, pois deve fortalecer o discurso de membros do Partido Republicano de que os estímulos já “contratados” para a economia estadunidense são mais do que suficientes para a retomada do pleno emprego e consequências indesejáveis podem ocorrer caso a política fiscal permaneça em níveis excessivamente expansionistas.