O IGP-M, Índice Geral de Preços do Mercado, é um indicador que mede a inflação da economia no país. Portanto, fornece uma informação importante não só para os investidores, mas para todos os cidadãos.
A inflação promove o aumento dos preços de todos os produtos e serviços. Então, ela age diretamente no seu poder de compra e no valor de seu dinheiro. Quanto mais alta for, mais desvalorizada a moeda é.
Neste artigo, entenda mais sobre o índice, como calcula-se, sua importância e aplicação em sua vida. Também veja qual a evolução dele ao longo dos últimos anos.
O que é IGP-M
IGP-M, Índice Geral de Preços, apresenta a variação de preços do mercado de acordo com a inflação. Ele diz respeito a todos os tipos de produtos, bens e serviços e é calculado pela Fundação Getúlio Vargas, a FGV.
A divulgação acontece mensalmente e tem como base os preços do dia 21 do mês anterior até o dia 20 do atual. Por exemplo, para apresentar o dado de janeiro, considera-se o período de:
- 21 de dezembro de 2020;
- Até 20 de janeiro de 2021.
Seu objetivo é monitorar e verificar a movimentação geral dos preços. Então, quanto maior forem os valores, maior é o índice. Bem como, se houver uma queda, ele também diminui.
Usos
Os investidores utilizam esse dado para verificar o quanto seu dinheiro vale. Já os cidadãos, podem analisar seu poder de compra. Considera-se como um indicador da macroeconomia do país.
Ele ainda é usado como referência para a correção de valores em contrato, para que os ajustes sejam feitos com base na inflação. Portanto, ele influencia:
- Contas de energia elétrica;
- Mensalidades escolares;
- Planos de saúde;
- Seguros;
- Valores de aluguel.
O que é IGP-M acumulado
Além do IGP-M mensal existe o acumulado. Assim, ele é um cálculo do valor de cada mês durante um período. Então, usa-se para saber a alta ou baixa da inflação neste tempo.
É comum no mercado imobiliário, aliás, é a base para o reajuste anual dos aluguéis. Dessa forma, o aumento ou redução acontecem apenas uma vez, considerando os 12 meses.
E o IGP-M anual?
Da mesma forma que acontece o acumulado, anualmente também realizam um balanço com base no IGP-M. Dessa forma, utilizam os dados para os reajustes de contratos, produtos e serviços.
Origem do IGP-M
Em maio de 1989 o índice começou a ser calculado a pedido da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, a CNF. Neste caso, o IGP-M surgiu pela necessidade das empresas de acompanhar as mudanças frequentes na inflação.
Na década de 80 já havia outros indicadores, mas não tinham tanta credibilidade ou independência no mercado. Assim, um contrato foi firmado com a Fundação Getúlio Vargas para que cuidassem destes dados.
IPCA
Há outro indicador com uma finalidade muito parecida, que é o IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Mas, existem diferenças, como:
- IPCA apresenta apenas os preços ao Consumidor;
- IGP-M cobre também o atacado e custos de construção;
O IBGE realiza o IPCA. Mesmo sendo parecidos, os investidores ainda apostam no índice da FGV, por apresentar um cenário mais amplo do mercado.
Metodologia utilizada no IGP-M
Para calcular o IGP-M, a FGV faz um balanço geral sob os indicadores do mercado e considera uma média aritmética ponderada de três índices:
- IPA-M: Índice de Preços ao Produtor Amplo;
- IPC-M: Índice de Preços ao Consumidor;
- INCC-M: Índice Nacional do Custo da Construção.
Os pesos que eles possuem são diferentes no cálculo, sendo:
- 60% do IPA-M;
- 30% do IPC-M;
- 10% do INCC-M.
IPA-M
Ele monitora os movimentos dos preços de produtores domésticos no atacado, válidos para itens industriais e agropecuários.
IPC-M
Mede o comportamento dos preços em todas as áreas que impactam diretamente no poder de compra do consumidor. Por exemplo:
- Habitação;
- Alimentação;
- Vestuário;
- Transporte;
- Saúde;
- Educação.
INCC-M
Este índice é coletado em sete capitais brasileiras e avalia o custo para construir uma moradia com mão de obra especializada.
Cálculo do IGP-M
Por fim, para que o IGP-M seja determinado considera-se as porcentagens dos outros índices, a partir do dia 21 do mês anterior até o dia 20 do atual.
Relevância para o mercado
O IGP-M tem grande relevância para o mercado de investimentos, afinal, a partir dele é possível avaliar se um negócio é bom ou não. Então, sempre é consultado antes de as movimentações financeiras acontecerem.
Além disso, o índice é usado como suporte no setor imobiliário. Assim, é por meio dele que são feitas as correções de contrato de aluguel.
O setor de energia também usa o IGP-M para realizar seus reajustes. Aliás, outras empresas do ramo de educação e saúde estão adotando o índice para organizar as mudanças de valores.
Pontos positivos do IGP-M
Um dos principais pontos positivos do IGP-M é a facilidade dos dados, ou seja, ao apresentar a porcentagem já é possível que os investidores façam suas análises.
Além disso, por ser um índice mensal, os dados são recentes e permitem a análise do cenário atual. Então, o mercado é acompanhado conforme as mudanças acontecem, possibilitando tomadas de decisões mais assertivas.
Críticas ao IGP-M
Não é comum serem feitas críticas ao IGP-M. Aliás, a mais relevante aconteceu em 2002 e partiu do matemático José Vieira Dutra Sobrinho. No caso, ele discordava do uso do índice como referencial para reajustes de:
- Aluguel;
- Financiamentos imobiliários;
- Títulos da dívida pública federal.
A crítica aconteceu pela grande diferença em relação a outros índices que também tratam deste assunto. Assim, seu estudo usa como comparativo o INPC, IPCA, IPC e o IVC (índice de custo de vida).
Evolução do IGP-M ao longo dos anos
Mensalmente acontece a publicação do IGP-M. De modo geral, o índice teve grande elevação desde a sua criação. Aliás, isso pode ser percebido no dia a dia, com o aumento no valor de produtos, bens e serviços.
Histórico do IGP-M
Confira aqui, o histórico do IGP-M.
Onde é publicado o IGP-M
Devido a sua importância é natural que deseje acompanhar os resultados do IGP-M. Então, por ser elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, basta acessar o site da instituição para encontrar a informação.
Para acessar o conteúdo você deve:
- Abrir o site da FGV IBRE (Instituto Brasileiro de economia);
- Clicar em “Estudos e pesquisas”;
- Depois vá em índices de preços;
- Por fim clique em IGP.
Além disso, na home do site é possível ver um gráfico com a movimentação do índice. Assim, rapidamente você tem acesso aos dados para realizar suas decisões.
O calendário com as próximas publicações já foi apresentado acima. Dessa forma, você sabe exatamente qual dia pode ver as mudanças no índice.
Notas técnicas
No site oficial ainda estão disponíveis as notas técnicas sobre o índice. Então, para acessar clique em outras publicações e depois no assunto de seu interesse. Assim, pode entender mais sobre a metodologia e as mudanças e melhoramentos no cálculo.
(Por Diego Dias)
Investimentos ligados ao indicador
Alguns tipos de investimentos sofrem variação de acordo com o resultado do indicador. Esses investimentos normalmente são híbridos, ou seja, o seu rendimento é composto por uma parcela prefixada e outra variável, assim como acontece em muitos outros produtos de Renda Fixa.
Os títulos indexados a esse indicador são boas opções de investimento, principalmente para quem investe no longo prazo. Isso porque é grande a chance de você obter um rendimento acima da inflação, ou seja, mesmo que não seja possível garantir o quanto de rentabilidade um título possuirá, pelo menos você tem mais segurança ao saber que não perderá poder de compra ao longo dos anos.
Conheça, abaixo, alguns tipos de investimentos e suas particularidades:
Tesouro IGP-M
Também conhecido como “Nota do Tesouro Nacional Série C (NTN-C), o Tesouro IGP-M foi uma modalidade do Tesouro Direto comercializada até o ano de 2006 e que era indexada ao IGP-M.
Alguns desses títulos ainda não venceram, logo, quem os adquiriu ainda pode vendê-los ou resgatá-los na data prevista no momento da compra.
A grande vantagem do Tesouro IGP-M é que o retorno desse título quase sempre fica acima da inflação, o que evita uma perda no poder de compra de quem investiu. Contudo, também há uma parcela prefixada, visto que a sua rentabilidade é híbrida.
Atualmente, o Tesouro Direto conta com outros títulos semelhantes, porém indexados ao IPCA. Alguns exemplos são o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. Ambos possuem uma boa rentabilidade e retornos acima da inflação.
LCI (Letra de Crédito Imobiliário)
A LCI é um tipo de investimento ligado ao mercado imobiliário e que possui diferentes modalidade. Entre elas, uma das modalidades híbridas conta com uma parcela prefixada e outra variável, que pode ser indexada ao IPCA ou ao IGP-M.
grande vantagem da LCI para quem investe é a segurança. Isso porque conta com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), mas não é só isso: o título ainda conta com isenção do imposto de renda, o que pode aumentar ainda mais os seus rendimentos.
LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
A LCA é bastante semelhante à LCI, com a diferença de que os recursos captados por esses títulos não são aplicados no setor imobiliário, mas sim no agronegócio. Da mesma forma que a LCI, esses títulos também são isentos do Imposto de Renda e contam com a garantia do FGC.
Há modalidades híbridas para as LCAs, que contam com uma parcela prefixada e outra indexada ao IGP-M ou ao IPCA. Assim, na prática, pouca coisa muda para quem investe em LCI ou LCA, contudo, é importante avaliar a rentabilidade de cada título antes de fazer a aquisição.
Apesar de as LCIs e LCAs serem consideradas uma ótima opção de investimento, o ideal é sempre ter uma carteira diversificada para garantir retornos mais interessantes.
Saiba também: O que é IPCA
O que é e como funciona o IPCA?
IPCA é a sigla para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, índice que serve para medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo.
São pesquisados, aproximadamente, 430 mil preços. Esses itens têm como objetivo oferecer o “raio-X do consumo” a partir da coleta de informações junto a 90% das famílias pertencentes a 13 áreas urbanas, com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos.
Todos esses preços são comparados com os preços do mês anterior, resultando num único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período.
Desse modo, o IPCA se torna uma fotografia muito capaz de demonstrar a realidade econômica encarada pelas pessoas no dia a dia.
Para que serve o IPCA?
O governo federal usa o IPCA como o índice oficial de inflação do Brasil. Portanto, ele serve de referência para as metas de inflação e para as alterações na taxa de juros.
O que é IPCA acumulado?
O IPCA acumulado mostra a oscilação total da inflação em um período de tempo, como por exemplo, 12 meses.
Acompanhar essa informação serve como referência para as decisões de todos os agentes econômicos do país, começando pelo governo.
Além disso, tais dados influenciam investimentos, o que auxilia na tomada de melhores decisões.
Como o IPCA acumulado é calculado?
O valor corrigido é obtido a partir do produto entre o valor inicial e o resultado da divisão do número-índice do mês final pelo número-índice do mês anterior ao mês inicial.
O resultado desta divisão é o fator que corresponde à variação acumulada do IPCA no período desejado.
Qual IPCA é usado para investimento?
Existem distintas opções de investimentos diretamente atreladas ao IPCA. Nesse caso, ficam à disposição do investidor o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA com juros semestrais, além de LCIs, LCAs, fundos de investimento, CRI e CRA e debêntures.
Para saber mais sobre esses e outros tipos de investimentos entre em contato com um dos assessores da EQI INVESTIMENTOS e solicite uma assessoria gratuita.
Mais sobre IGP-M: aproveite que o mercado de renda fixa possui uma ampla gama de opções com boa rentabilidade e segurança.
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