Ao registrar o resultado mais expressivo para o mês de janeiro nos últimos três anos, os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizaram R$ 7,27 bilhões.
Em comparação a janeiro de 2019, a alta chegou a 42,7%, mas houve queda de 16,1% em relação a dezembro passado, por questões de sazonalidade.
A informação foi divulgada pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
No acumulado nos últimos 12 meses (compreendidos entre fevereiro de 2019 a janeiro de 2020), as aplicações do setor totalizaram R$ 80,9 bilhões – relativas à aquisição e construção de imóveis com recursos do SBPE – com expansão de 37,9%, se considerado idêntico período anterior.
Também em janeiro deste ano, foram mais de 27,9 mil imóveis financiados, o que traduz um aumento de 38,9%, se comparado a igual mês de 2019. Frente a dezembro de 2018, contudo, apurou-se declínio de 11,9%, uma vez que o último mês do ano é o mais expressivo no que toca às operações realizadas.
Em outra projeção, a Abecip apontou que nos últimos 12 meses – contados até janeiro último – os recursos do sistema viabilizaram a construção de 305,8 mil imóveis, o que traduz um aumento de 31,4%, no comparativo com o mesmo período anterior.
Orçamento apertado
A necessidade de completar o orçamento foi o principal fator determinante da captação líquida negativa de R$ 9,84 bilhões das cadernetas de poupança no mês de janeiro, uma vez que os saques suplantaram em 73% os depósitos, conforme atesta a série histórica iniciada em 1994.
De acordo com a associação, todo início do ano apresenta esse “fenômeno sazonal”, em que parte dos titulares das cadernetas retira recursos da poupança para arcar com despesas com tributos (IPVA, IPTU, etc.), além de dívidas acumuladas no final do ano.
No cômputo geral, a captação líquida em janeiro teve saldo de R$ 649,6 bilhões, subindo 6,3% em comparação com o mesmo período de 2019.
Previsão de alta
Segundo a presidente da Abecip, Cristiane Portella, a projeção da entidade é de que, este ano, os financiamentos imobiliários acusem expansão de 37%, dentro de uma expectativa de continuidade de cenário econômico favorável.
De janeiro a novembro do ano passado, o Crédito com Garantia de Imóveis (CGI) apresentou elevação de 58%, na comparação com igual período de 2018.
Nos primeiros 11 meses de 2019, a captação líquida foi de R$ 12 bilhões ou alta de 9% em relação a igual período do ano anterior.
Estabilidade
Também em janeiro deste ano, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou estabilidade em relação a dezembro último, de 1,03% e 1,07%, respectivamente.
Quanto aos últimos 12 meses, a variação acumulada mostrou expansão de 4,11% do fechamento do 2019 para 5,17%, no mês passado.
O desempenho favorável foi puxado, sobretudo, pela evolução positiva dos preços dos imóveis residenciais na cidade de São Paulo.