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Copom corta 0,25 ponto percentual e reduz taxa Selic para 2%

Copom corta 0,25 ponto percentual e reduz taxa Selic para 2%

O Copom (Comitê de Política Econômica do Banco Central) anunciou, nesta quarta (5), corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic para 2%.

Essa diminuição da taxa básica de juros ocorre pela nona vez consecutiva.

No comunicado, o comitê justificou a decisão: “No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão.”

E acrescentou: “Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador”.

A decisão foi por unanimidade.

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“Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual”, explicou em comunicado.

“O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico. E entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado”, adicionou.

“Mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”, sinalizou.

O Copom informou não descartar futuros ajustes nos juros básicos, mas ressaltou que as próximas mudanças, caso ocorram, serão graduais dependerão da situação das contas públicas.

“O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado [juros excepcionalmente baixos]”, informou o comunicado.

E ponderou: “Mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno.”

Projeções

“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal”, lembrou o comitê.

O comitê reforça que a retomada econômica está em estado inicial.

No comunicado, o Copom citou as projeções de inflação: “As expectativas para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 1,6%, 3,0% e 3,5%, respectivamente.”

“No cenário híbrido, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a R$5,2o, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 1,9% para 2020, 3,0% para 2021 e 3,4% para 2022”, complementa o comitê.

Ou seja, o conjunto de fatores supõe inflação acima do projetado no curto prazo.

“Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00%. e se eleva até 3,00% a.a. em 2021 e 5,00% a.a. em 2022”, afirma o BC.

O Copom diz que a piora fiscal prolongada pode elevar risco. Por isso o comitê sugere programas de estímulo na economia para fazer com que a queda de demanda seja menor.

Decisão esperada

A decisão era esperada pelo mercado financeiro.

A análise predominante era de que, com a inflação abaixo da meta do governo (4%) e a necessidade de estimular o consumo, o cenário para o novo corte está formado.

A dúvida que ainda resta é se esta será a última redução do ano. Ou se ainda pode haver mais espaço para cortes

O Boletim Focus desta segunda-feira (3) havia apresentado projeção de melhora do PIB para 2020 e também recuo da inflação. E manteve previsão de Selic a 2%.

No comunicado do Copom, anunciado no último dia 17 de junho, a taxa foi reduzida para 2,25%.

O BC justificou: “O Comitê considera que a magnitude do estímulo monetário já implementado parece compatível com os impactos econômicos da pandemia da Covid-19.”

E sinalizou com mais um corte: “Para as próximas reuniões, o Comitê vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda”, acrescentou a nota.

E então concluiu: “Um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual. No entanto, o Copom segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação para o horizonte relevante de política monetária.”

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Copom

Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.

Copom: taxa no menor nível na série histórica

Com a decisão de hoje, a Selic fica no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986.

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015.

Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Voltou a ser reduzida em julho de 2019.

Crédito mais barato

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.

Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Taxa de juros

O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.

Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Meta

A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

As instituições financeiras consultadas pelo BC projetam inflação menor que o piso da meta, em 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 1,63% este ano. Para 2021, a estimativa é 3%, abaixo do centro da meta (3,75%).

Expectativa

Para o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a expectativa é de corte na Selic devido aos efeitos da pandemia de covid-19 na economia mundial, à inflação baixa, bem como ao fato de os bancos centrais das principais economias do mundo estarem reduzindo suas taxas básicas de juros.

“Em nossa opinião, o Banco Central vai reduzir a Selic para 2% ao ano, redução de 0,25 ponto percentual”, diz.

Impactos

De acordo com a Anefac, com a taxa reduzida para 2% ao ano, haverá um efeito “muito pequeno” nos custos do crédito para os consumidores.

“Este fato ocorre uma vez que existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas dos consumidores que, na média da pessoa física, atingem 93,35% ao ano, provocando uma variação de mais de 4.000% entre as duas pontas”, diz a associação.

Com a redução da Selic para 2% ao ano, a simulação feita pela Anefac mostra que a taxa média de juros ao consumidor passa de 93,35% ao ano para 92,91% ao ano.

Os juros anuais do comércio caem de 73,92% para 73,52%. A taxa do rotativo do cartão de crédito passa de 255,94% para 255,18% ao ano. Os juros para a compra de veículos caem de 18,16% para 17,88% ao ano.

No caso do empréstimo pessoal concedido por bancos, o recuo é de 46,1% para 45,76% ao ano. E o empréstimo pessoal de financeiras terá taxa de 106,99% ao ano, contra 107,46% ao ano.

Se o consumidor for comprar uma geladeira, por exemplo, financiada em 12 meses, no valor de 1.500,00, a parcela ficará R$ 0,19 mais barata, em R$ 166,39. O valor total pago chegará a R$ 1.996,64, R$ 2,27 mais barato com a taxa menor.

Considerando todas as reduções da taxa Selic feitas pelo Banco Central no período de agosto de 2016 a junho de 2020, houve impacto de 62,08 pontos percentuais na taxa média de juros cobrada dos consumidores, que passou de 155,43% para 93,35% ao ano.

Nesse período a taxa Selic passou de 14,25% ao ano para 2,25% ao ano.

Investimentos

No caso dos investimentos, a redução da Selic para 2% ao ano fará com que os fundos de renda fixa continuem perdendo competitividade em relação à poupança, principalmente nas aplicações de baixo valor em que há cobrança de taxas de administração mais elevadas pelos fundos. “

Dessa forma, a caderneta de poupança vai continuar uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”. A poupança não tem cobrança de taxa de administração, nem de Imposto de Renda. A remuneração é de 70% da Selic, mais Taxa Referencial (TR).

Para ter rendimentos iguais ao da poupança com um CDB (Certificado de Depósito Bancário), o investidor terá que obter taxa de juros de cerca de 90% da taxa dos Certificados de Depósito Interbancário (CDI).

 

*Com Agência Brasil